Punk, hardcore e alternativo

Violet Soda - Foto: divulgação
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Violet Soda mostra que é uma banda pronta em novo álbum

Quando eu ouvi Violet Soda pela primeira vez, eu só queria saber quem era uma das bandas que abririam o show do Dead Fish, no The House, no comecinho de 2019. Então dei play em “Coffee” e me viciei, assim como quem se vicia em café mesmo, tanto que na minha lista de mais tocadas no ano, a Violet aparece com várias músicas, sejam elas do primeiro EP, Here We Go Again, ou do segundo, Tangerine.
Além de ouvir muito a banda, eu também acompanhei a Violet, que tem apenas um ano e meio de existência, nas redes sociais e, consequentemente, seu rápido crescimento.

Esse rápido crescimento pode ser explicado – e como principal fator – a formação da banda, com quatro ótimos músicos e três bem conhecidos do underground brasileiro: Murilo, guitarrista, é baixista do Corona Kings; André Dea, o baterista, toca com o Supercombo e o Sugar Kane, além de ter feito parte do Water Rats e do Vespas Mandarinas; Tuti, o baixista, membro mais recente do grupo, tocou com o Maguerbes e com o Medulla; e Karen, como disse em entrevista aqui pro Nada Pop, canta desde os 13 anos e sempre quis trabalhar com música.

Com essa formação, surgiram boas músicas e nesse pouco tempo, o público falou tanto sobre Violet Soda que a banda abriu o show da Pitty em SP, a convite da própria cantora. Karen cantou com a banda inglesa The Struts quando eles vieram para o Brasil, então, nada mais natural que um álbum completo saísse depois desse curto, porém intenso, tempo.

Então, no dia 6 de dezembro, a banda lançou seu primeiro disco, homônimo, produzido por João Lemos (Molho Negro) e Alexandre Capilé (Sugar Kane, Ator Morto, Water Rats) no Estúdio Costella (SP) e distribuído pela Deckdisc. O disco contém 9 faixas, rápidas e intensas, assim como a trajetória da Violet Soda até aqui (mas esperamos que a trajetória da banda seja longa, ok?), incluindo o single lançado anteriormente, “I’m trying”, que já deixava claro que o disco viria forte. E veio.

Sabe aquele meme do “cristal sem defeitos”? É mais ou menos isso que a gente pensa quando ouve o álbum todo que tem tudo que um álbum bom de rock precisa ter: música divertida (“Don’t like this song”), música pra pensar na vida (“Scars”), aquela sad song (“What do I do”), música pra gritar (“You don’t know me”), música pra esquecer dos problemas (“Charlie”) e música pra dançar (“Lazy guy”).

A sonoridade do álbum remete muito ao garage rock dos anos 90, sendo notável as influências de Nirvana, Pixies e Weezer (rolou até uma campanha da Violet e dos fãs pra que eles abrissem o show do Weezer no Brasil, mas sem sucesso… Sinto muito pelos meninos de Los Angeles) e as letras falam de assuntos pessoais e fantasias de Karen, compositora da banda, que disse deixar sua imaginação fluir quando está compondo, falando sobre dores, alegrias e o que mais quiser (talvez, por isso, o disco tem uma música pra tudo).

Aliás, Karen, além de uma ótima letrista, mostra nesse disco que é uma das maiores vozes femininas do rock no Brasil atual. Todas as músicas mostram sua personalidade e sua potência vocal, especialmente uma das melhores músicas do disco, “Girl!” (que se encaixa na categoria “música pra gritar”), com um começo leve e um refrão enérgico.

Basicamente, Violet Soda é um disco que mostra uma banda pronta, que independente do tempo de existência, sabe o que quer e aonde pode chegar, deixando quem ouve o disco com vontade de ouvir muitas e muitas vezes mais.

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