Por Gabriella Kogempa
É com imenso prazer que faço minha primeira resenha na vida, que além de falar de um evento que foi sensacional (até o momento de sua interrupção), com bandas fazendo uma barulheira bruta e de eximia qualidade, é ainda um texto para uma página da qual tenho tamanho apreço – não só pelo trabalho desenvolvido – mas pela paixão pelo underground que eles têm!
Neste último sábado, 9 de maio, rolou o Soul Art Live Punk/Garage/ Stoner. Guardem bem essa informação que vou fornecer (mais a frente você entenderá o porquê dessa descrição), o espaço Soul Art fica na Rua Treze de Maio, no número 70. Nessa mesma rua encontra-se lugares como Café Aurora, Café Piu-Piu, entre outros, porém é importante ressaltar o clima de botecos que rolam os famosos “forrós risca-faca” no último volume. Supimpa né? O espaço é muito legal, agradável e confortável, onde se pode tomar uma cerveja e bater um papo e de quebra ouvir um bom som, com um preço muito justo de bebidas.

Mas agora voltando ao evento, que foi praticamente uma Stoner Party fodidassa representada pelos meninos do Buffalo Machine, Muff Burn Grace e a rapaziada do Stone House on Fire, que deu uma viajadinha de “leves” lá de Volta Redonda, no Rio de Janeiro. É isso “meixmo mermão”, essa bandas representaram o stoner em “grandessíssimo” estilo. Só não foi a tal Stoner Party porque, na teoria, teria show do Wiseman e do Sky Down.
A banda que abriu a sequência de porradas no gogó foi Wiseman, que balançaram meu coração fazendo eu retomar meus 15 anos de idade com um hardcore extremamente bem feito e incrivelmente sensacional. Foi lindo sentir aquela nostalgia. A banda me lembrou bastante Garage Fuzz, com uma pitada de Dag Nasty. E o show energético, com direito a piadinhas sobre a tiazinha do prédio da frente, que fazia cara feia ao observar a banda tocar.

Na sequência veio um power trio de garotos, de aparência bem jovem, literalmente botando pra fuder. São eles do Bufalo Machine. Era uma parada tão encorpada e lindamente tocada, com um set que fazia um mix de músicas com letras em português (a maioria) e algumas em inglês. O mais bacana de tudo foi ver uma banda de stoner tocando em português. Eu nunca tinha escutado. Então foi algo fantástico, porque na minha cabeça, sempre tive que o stoner é um tipo de som para ser cantado em inglês. Pois é, eu estava errada! E então, continuando a festa, os rapazes do Muff Burn Grace, também um power trio que como sempre, entram e fodem tudo. Eles têm o dom de te deixar “catatônico” vendo o show. Vou explicar o efeito: você sente o coração batendo forte, o suor escorrendo no cantinho da testa, os olhos arregalados, mas é impossível se mexer de tão incrível e genial que são. Bom, acho que deles o catatônico já definiu tudo!
O Rio de Janeiro veio muito bem representado pelo Stone House on Fire, que veio com o um som super agradável puxado para um metal mas não tão heavy metal, com baixo e guitarra bem marcantes. Até o momento em que tocaram, foi impecável, mas, infelizmente o show foi interrompido por uma galera que curte por um fim nas festinhas. Essa galera é chamada de “puliça”, e chegaram chegando, e para piorar, colaram no rolê agachados e bem quietinhos para não serem notados logo de cara. Segundo os “puliças”, que foram a fim de encerrar as atividades no sábado, por conta de uma denúncia de algum vizinho, se fosse forró não haveria problema algum.
E assim o Sky Down estava apenas presente no evento. É rapazes, não foi dessa vez que os vizinhos ouviram a sujeira de vocês.
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Gabriella Kogempa, além de testemunha ocular da “cena alternativa” de São Paulo, também é uma das idealizadoras do Independent Throw Up. O projeto consiste em auxiliar na divulgação de bandas e artistas do underground. Em breve mais informações sobre o projeto, mas você pode ir acompanhando TUDO por meio do Instagram, basta clicar AQUI.