
Por Leo Moraes
Domingo de sol, acordo e tem louças caindo da pia. Ah! foda-se, deixa isso aí, vou passar lá no Tendal para ver e ouvir o que temos neste domingo de underground.
Agora no trem, passando o release das bandas, ouvindo as suas músicas e me preparando para os shows. Os trens estão em algum tipo de operação lesma maconhada com preguiça, com bastante ciclistas e palmeirenses cantando seus hinos.
Chego às 15h. Provavelmente já tocou alguma banda…
Pergunto ao pessoal e o The Gap Year se apresentou. Porra! Como sou suspeito para falar de punk rock então deixo o relato de amigos que estavam por lá darem o depoimento. Falaram de influências do NOFX e que teve até cover do Descendents. Entre os outros que eu pergunto a mesma resposta: som do caralho!
Fui tomar uma cerveja e puto por não ter ouvido a primeira ascendem os acordes da passagem de som do Dissonancia. Segunda banda vinda direta do Rio de Janeiro. Eles conseguem fazer do som melódico e agressivo uma mistura muito agradável. As paradas e mudanças de ritmos nas músicas são adequadas e contribuem para a presença de palco dos caras.
O vocal alterna um pouco entre os tons e isso até fica interessante no contexto. O som é foda e quem curte algo melódico com alternâncias entre ritmos vai gostar muito. Que bom que tem bandas desse calibre no Rio.
Parada para mais cerveja e cigarros.
Sobem ao palco os caras do Rovenda, terceira banda do dia já passando o som com “She”, do Green Day. Da hora. O bom e velho hardcore de sempre. Lembra Blink 182 em alguns momentos. Power trio muito carismático e bem entrosado. Legal ouvir as variações no baixo e os solinhos na guitarra. Uma surpresa no meio de tanto hardcore, são algumas músicas com um pouco mais pegada variando um pouco de estilo para um rock mais pesado e compassado, mas muito boas também. Som rápido e sem enrolação porrada na veia. Barulho, rapidez e compasso é isso aí.
Uma nota interessante é que ao lado do evento estava tendo um recital. Acho que por causa do barulho deixaram para começar às 18h. Ouço o som dos pratos e aqueles efeitos no pedal. Doze está no palco. Bom entrosamento musical.
Lembra algo new metal, um som pesado com influências de Korn e algo por aí, com umas mudanças de tempo nas músicas alternando algo mais melódico e depois mais porrada. Parece soar mais inglês, mas as letras em português.
A presença de palco é bem marcante, peso no som com efeitos e boas alternâncias. Então fim do evento. Converso com a galera, paro para um pastel com caldo de cana na beira da estação, e agora da Lapa para casa e depois para louça suja, com o bem estar de ter ouvido bons sons e ter aproveitado o domingo e final de semana com o underground resistente na cidade.