Punk, hardcore e alternativo

Raf F. Guimarães e Amigas de Plástico - Foto: divulgação
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Raf F. Guimarães e Amigas de Plástico: dias chuvosos são ideias para ouvir Phase 3

Raf F. Guimarães e Amigas de Plástico – Foto: divulgação

Você pode desligar a mente por alguns momentos durante o dia? Ou prefere continuar louco com a loucura do mundo? Tento desligar a mente em diferentes momentos do dia, seja durante o ônibus ou metrô, ou até mesmo quando estou no chuveiro, sem pensar em nada enquanto a água lava meu corpo e leva toda as impurezas das minhas ideias. Ou creio que seja isso que aconteça no chuveiro.

Mas desligar a mente nem sempre é um processo fácil, exige certa “técnica” e pode demorar um pouco para acontecer. Ouvir recentemente a Phase 3, do Raf F. Guimarães/Amigas de Plástico, contribuiu para esse desligamento… Foi numa tarde de chuva em Santo André, onde o mundo pareceu cair e me vi sozinho em casa. De certo modo, desejei o fim o mundo e senti certa beleza que o fim do mundo poderia acontecer ao som de Phase 3.

Não vou entrar em rótulos e nem dizer que seja um álbum experimental, sem qualquer semelhança com o hardcore ou punk rock. Se você está querendo barulho, por favor, pare de ler isso agora e vá até uma próxima resenha. Veja bem, eu amo barulho e será sempre o tipo de som que mais vou ouvir e querer ouvir na vida. Mas como disse no começo, de vez em quando preciso desligar a mente e quase sempre faço isso de um jeito simples.

Mas, nos últimos dias, Phase 3 entrou na minha cabeça, talvez seja essa merda de clima da cidade, o silêncio do apartamento ou até mesmo minha atual condição financeira que exige mais sabedoria do que desespero – e contas não param de chegar. Deixando as divagações de lado, foi tipo o Sandman, do Neil Gaiman, se tornando música e o próprio Morfeus tivesse tirado a areia da sua algibeira e jogado nos meus olhos. No começo, tudo ficou escuro, tenso. Depois fui sentindo o instrumental e acompanhando devagar os caminhos de cada canção.

Não é um álbum fácil, mas longe de ser difícil. É daqueles trabalhos que te convidam e cada pessoa precisa ter o seu próprio tempo e lugar para ouvir, não necessariamente sozinho, tão pouco em lugares silenciosos. “Eu escondi uma arma branca em seu sonho” e “Não abrace esta serpente” te pegam pelo espírito e seguem por passagens obscuras e navegam para um final sem conclusão, dando o sentido que na vida nada faz sentido e que você só precisar continuar ouvindo a música…

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