O novo trabalho do Imminent Chaos é violência da mais pura em todos os aspectos. A gravação, mixagem e masterização trazem cada palhetada, cada prato, cada voz, tudo com a força de um meteoro atingindo algum planeta por aí e extinguindo alguns dinossauros. E parece que tinha muito bicho pra se exterminar dessa vez.
O título não poderia ser mais acertado. Days of Disgust (algo como ‘Dias asquerosos’) cai como uma luva, não apenas na ideia de batizar esse conjunto de canções, mas também na sociedade retratada em suas letras. Não tem como ouvir a frase “we are servants till the grave” e não sentir um certo nó na garganta. Qualquer um com coragem para olhar ao redor e disposição para ir além das paredes decoradas pela propaganda sabe disso. Tristeza e nojo. Mas de qualquer forma, é bom perceber que tem mais gente por aí que sabe disso. Alivia o desespero. Dá esperança.
Poucas vezes a revolta contra a exploração, injustiça e mentira encontrou sua forma com tamanha honestidade. Dá pra sentir o ódio sendo cuspido pelos alto falantes. A bateria de Luiz, ora cadenciada, ora às margens de um surto psicótico, dita o ritmo da batalha, onde os riffs sinistros da guitarra de André, muito bem acompanhados pelo baixo afiado de Rodrigo cortam a carne e expõe o sangue das classes exploradas, lubrificante da máquina capitalista que se alimenta de seu suor.
São ao todo 16 faixas, quase todas em inglês, com exceção de “Labuta”, praticamente em português, que nos oferecem uma viagem barulhenta, que vai de uma levada hardcore clássica ao blast beat insano sem perder a elegância.
Disponível no selo www.backontracks.net ou pela página do Facebook dos caras.