Punk, hardcore e alternativo

Bandido da Luz Vermelha - Foto divulgação
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O Pesadelo Social do Bandido da Luz Vermelha – Ouça já!

Crônicas de uma sociedade doente. Não, este não é o nome do disco de estreia da banda de Ribeirão Pires, cidade do grande ABC paulista, Bandido da Luz Vermelha, mas se fosse já daria uma preciosa dica do que se encontraria nas músicas do quarteto. Eu já estava curioso pra ouvir esse trabalho tem algum tempo, e quando finalmente coloquei pra tocar me deparei com um puta disco!

Muito bem gravado e mixado, o registro nos presenteia com um ora punk rock, ora hardcore sem frescuras, do jeito que tem que ser, e que foi ensinado na escola dos professores Grinders, Calibre 12, Agrotóxico e Olho Seco.

Surpreendente, quando se leva em conta que o disco foi gravado em uma única sessão, no estúdio Caffeine, em maio desse ano. A previsão para o lançamento oficial em formato físico é o primeiro semestre de 2016 e o nome provisório é ‘Pesadelo Social’, título de uma das faixas. Apesar do nome da banda ser uma alusão à cor das luzes sobre as viaturas dos bandidos (se é que vocês me entendem), também existe uma proximidade grande com a obra de Rogério Sganzerla, “O bandido da luz vermelha”, que assim como as letras do grupo procura jogar luz sobre uma situação trágica (os crimes cometidos por João Acácio que vieram a expor a incapacidade da força policial da época no caso do filme, e a transformação das pessoas em meros números perante a insaciável sede de poder do sistema, no caso das letras).

A cozinha do baterista Duzão (que após as gravações deu lugar ao atual Renan) e o cirurgicamente preciso baixo de Rafael, somados à guitarra nervosa de Camila formam a base perfeita e pesadíssima para o vocal rasgado de Alexandro ‘Gordinho’ destilar todo o ódio e revolta presentes nas letras do Bandido. Não se trata de um convite. É uma intimação à olhar o mundo com olhos crus, tão crus quanto o som da banda. Som esse que contagia o ouvinte, que sequer consegue se dar conta dos dentes e punhos cerrados que surgem sem aviso já pela segunda ou terceira música (‘Maldita Ganância’, no caso, uma das melhores do disco). Quando o Bandido dispara acaba sobrando pra todo mundo, desde os donos do poder até o povo alienado, que passa de vítima à vilão, quando se esconde atrás de sua própria alienação ou tenta também se impor sobre seus iguais, porém ainda menos favorecidos, na ânsia de conseguir qualquer tipo de vantagem, dentro do sistema onde um se alimenta do outro ainda vivo (vivo?).

Devo também dar o devido destaque aos vocais femininos ao longo do trabalho, como na belíssima canção ‘Família feliz’. Lindo retrato da tal tradicional família brasileira. ‘Poder’ é outra pérola. Uma música muito forte, com um refrão ganchudo, daqueles que te pegam e não largam mais, e te fazem cantar alto dentro do trem lotado, sem sequer perceber. E pior, é bem capaz de já ter mais meia dúzia de enlatados engrossando o coro a caminho do trabalho.

Sem mais palavras. Baixe o disco, ouça, curta, compartilhe. Só não fique aí sentado reclamando da vida e colecionando brigas virtuais. A verdade está lá fora! E cuidado com os bandidos da luz vermelha, se é que você me entende…

Faça o download do álbum clicando AQUI. Curta a página da banda AQUI.

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