
Denso, tenso, amargo, obscuro, trágico, dilacerante, corrosivo… viciante!
Assim é o som de The Glassbox, banda formada por Rosangela Fernandes (baixo e vocal), Fabio Zelenski (bateria) e Michael Chalmer (guitarra e vocal, além de sax e sintetizador).
Os sete anos da banda (ou quase isso) denotam um estilo futurista sombrio, filosófico e que soa como uma trilha sonora para leituras que poderiam perpassar facilmente por obras de Dostoievski, Kafka e Huxley. Podemos dizer que o som do The Glassbox é quase uma dose de “soma”, mas os efeitos são contrários do esperado. Talvez , diante das felicidades ilusórias provocadas por um capitalismo ultra selvagem, a banda tenha uma substância musical provocadora o suficientemente para libertar mentes de suas letargias – ou pelo menos instiga-las o bastante para sentir algo.
Em nossas mentes, o novo nunca é novo o suficiente. No caso da música, sempre que nos deparamos com algo que nos instigue a sentir e pensar, tentamos de todas as formas relacionar o novo com o passado, buscando referências que nos digam que “isso” se parece com “aquilo”. Tentei assemelhar o som do The Glassbox com Joy Division, Interpol, Siouxsie & The Banshees. Em vão, felizmente.
A banda, apesar das influências, não é um novo “Peter Murphy”, nem tenta soar como “Bilinda Butcher”. Só o contrabaixo da Rosangela, para dar uma ideia, dá ao The Glassbox uma textura inebriante de clímax permanente, sem desfecho certo e que ao invés de explicar, se transforma num ponto de interrogação gigante.
Complexo para você?
Eu sei.
Talvez esteja tentando explicar o inexplicável. Ou descrever por palavras certos sentimentos que ainda não foram traduzidos.
Ouça.
Se inspire e respire. Transpire, suspire, pule, busque ou dance, se invente ou multiplique.
The
Glassbox
é
música
para
se ouvir
no escuro.
Apenas feche
os
olhos
e
sinta!
Para tudo isso, apenas clique aqui!