Por Rafael Galhardo
Mantendo a tradição do rock cheio de atitude nordestino, que tem em sua historia figuras como Raul Seixas, Marcelo Nova e a Pitty (mais recentemente), surge em 2010, na cidade de Fortaleza (CE), a banda Lemori. Formada por Adriano no vocal, Welton e Bruno nas guitarras, Charles e Paulo, respectivamente baixo e bateria, a banda faz um hardcore melódico bem forte, com guitarras pesadas, rápidas, que fazem solos chocantes e surpreendentes, com bases muito bem feitas, tanto pela guitarra – que faz a base – quanto pela cozinha (baixo/bateria).
O vocal traz o algo além, com a clássica violência do hardcore, mas não existe a forçada de voz que alguns vocalistas fazem, o que não deixa um som maçante, algo que é bem claro no EP Cotidiano, com cinco músicas e que mostram bem a identidade da banda.
Esse trabalho já começa com a musica “Minha Própria História”, que logo de cara se tem uma introdução muito bem feita e muito bem ensaiada, pois o baixo e a guitarra fazem um casamento perfeito. A bateria tem um som rápido como uma locomotiva e firme como uma navalha. Com viradas complexas – e se aproveitando bastante dos pedais – o baterista Paulo dita o ritmo da banda. Usando os pratos nas horas certas das viradas, ele da “um quê a mais” as músicas.
Sem duvidas a música que me chamou mais atenção foi a que fecha o álbum, a “FDP”. Ela tem uma pegada num hardcore mais clássico, algo como Grinders, uma letra de atitude, uma guitarra bem punk, o baixo pesado e a bateria firme, ou seja, a musica que mostra bem o que é a banda Lemori.
Todo o álbum não decepciona, a banda não amolece e nem perde característica alguma em nenhuma das músicas, mas consegue também não se repetir, não ser chata.
Vale a pena conhecer o trabalho desses caras, afinal é muito bem feito. Para quem gosta é um diamante a ser minerado, e para quem não gosta, é um ótimo convite a se interessar por esse estilo que eles representam muito bem.
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