Punk, hardcore e alternativo

The Bombers - Foto: Rodrigo Scholze
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Groove, peso e hip hop: The Bombers e o álbum “Embracing the Sun”

Em julho deste ano saiu o quarto álbum de estúdio do The Bombers, intitulado de “Embracing the Sun”. O álbum foi lançado e é distribuído pela Hearts Bleed Blue Records, foi produzido e mixado por Gustavo do Vale (guitarrista da banda) e masterizado por Ricardo Carvalheira.

São 14 faixas das quais três com letras em português. Entre elas uma versão da canção “Mestre Jonas”, lançada originalmente em 1973, no álbum “Terra”, do trio carioca de folk e “rock rural” Sá, Rodrix e Guarabyra.

Em release divulgado pelo HBB, Matheus Krempel, vocalista do Bombers, afirma que o processo de gravação deste álbum se difere dos demais no que concerne à democratização em relação participação de todos os membros da banda desde o processo criativo à execução das composições.

Com temas diversificados, “Embracing the Sun” flerta com referências que perpassam do hard rock ao hip hop, sem abrir mão das matrizes noventistas primárias da banda santista, fundada em 1995, e de suas respectivas influências residentes no punk e no hardcore californiano – e por quê não dizer “santista”?

Logo na primeira faixa, “Hello”, é possível sentir tons marcantes de rock clássico. A terceira, “Let’s Love”, passa pelo ska, assim como a sexta faixa, “It’s allright”, na qual é possível sentir uma atmosfera ressonante, tecida pelos pedais de efeito em sua introdução e por mais maneirista que essa descrição possa soar, o resultado obtido é decentemente bom.

Além das demais faixas que se mantêm fiéis ao estilo hardcore da banda, e da já citada versão de “Mestre Jonas”, cuja original já figurou na trilha do filme “Meu nome não é Johnny”, a oitava faixa, “¿Qué Pasa?” se destaca por revelar surpreendentes influências de rap/hip hop, quase como um susto embutido no álbum. Nela é possível notar o baixista Daniel Bock executando um groove que remete à inconfundível canção de Charles Wright & The Watts: “Express Yourself”, que depois viria a ser ressuscitada numa versão de peso interpretada pela lendária crew de rap NWA.

Como é de se esperar, todo o restante do álbum fideliza os ouvintes antigos e saudosos da banda através de suas canções com fortes e distorcidas raízes calcadas no punk rock e no hardcore.

Já fora dito que se trata do quarto álbum de uma banda com respeitáveis mais de vinte anos de história e que – como não poderia ser diferente nos anos noventa – começou com uma fita demo. Contudo, o ano é 2017 e dotada desta grata e variada gama de estilos e referências, o recente álbum “Embracing the Sun” está aí, pronto e disponível para quem quiser ouvi-lo ou adquiri-lo, seja no site da HBB ou mesmo nos próprios shows da banda santista.

Por Christian Montrigaud

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