Punk, hardcore e alternativo

Circo Voador - Foto de Raphael Monteiro
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Crypta no Circo Voador: somos todos Outsiders

“A primeira vez da banda Crypta no Circo Voador já entrou para a história do Metal BR” – Foto de Raphael Monteiro

No pós-feriado de Finados, as produtoras Tomarock (que nasceu em 2003 no Rio de Janeiro, em Duque de Caxias, está comemorando 20 anos de estrada), A Grande Roubada e a Submersa uniram forças e levaram a banda Crypta – a maior banda de Death Metal do Brasil na atualidade – para o Circo Voador & compondo a noite de batedeira: Klitor1a, Dark Tower e Surra!

Temporal nas ruas, e no palco do Circo Voador a banda KLITOR1A abria os trabalhos com seu punk rock juvenil que faz jus e atualiza a história do underground na cidade de Niterói. O show foi muito divertido, com participação especial dos amigos das bandas Dia de Greve e Lenhadores das Galáxias. Destaque para as músicas “Eu não vou te ouvir”, “Conteúdo Explícito Laboratório” (ambas do single 190); “Armadilha” e “Skate Karatê” do recém-lançado Acho que isso é um sinal e claro, para a performance da Malu, baterista e vocalista cada vez mais solta no palco e na interação com o público.

DARK TOWER é uma banda de black metal antifascista, com dois homens negros no front e foi minha maior surpresa na noite! A potência de Flavio Gonçalves (vocalista), os elementos de palco e a resposta do público foram marcantes: “Eu quero ver sangue!”, disse Flavio. O público vibrou, abriu roda e cantou junto em músicas como “Gods About Nothing”, na qual a banda se declara de viés ateísta e cita a importância de construirmos uma nação laica; e em várias outras como “The Carnal Splendour”, “Human Like Fire” e “Blood Haverst”. Show pesadão perfeito para aquecer a noite atípica carioca e preparar a galera para o que ainda estava por vir.

A SURRA é uma banda de crossover de Santos que já é figurinha carimbada nas noites do underground carioca. E se lá em SP eles são gigantes, aqui o público cresce cada vez mais e é predominantemente na casa dos 20 anos, o que traz um novo fôlego à cena. E que fôlego: menos de 10 segundos de show e rolou ao som de “Escorrendo pelo ralo” o primeiro stage dive de muitos!

A bandeira palestina estava presente no palco, mas confesso que senti falta de uma fala a respeito do verdadeiro genocídio que está em curso. Ela veio na voz de um jovem que tomou o microfone e gritou VIVA A PALESTINA! E durante pouco mais de 1h o Circo Voador se tornou um verdadeiro liquidificador humano ao som de “Parabéns aos envolvidos”, “ Bom dia senhor” e muita porradeira totalizando mais de 22 músicas! Show extremamente satisfatório, com forte presença dos fãs no palco e com a banda se divertindo com isso. E como disse o querido Leo (vocalista): “É só errar mais que parece mais rápido”.

“A Surra é uma banda de crossover de Santos que já é figurinha carimbada nas noites do underground carioca” – Foto de Raphael Monteiro

Quando o Luciano Paz, produtor do TOMAROCK, anunciou a banda CRYPTA como “A maior banda brasileira de Death Metal da atualidade”, centenas de fãs posicionados junto ao palco ou na parte de cima do Circo Voador foram ao delírio! Diferente do pique do show anterior, a reação da galera era mais de contemplação, como que diante de divindades – e não estava muito longe disso. A atmosfera evocada com os elementos do cenário (incensos, 7 punhais, o vermelho) e a presença do feminino em suas diversas faces (como força, irreverência, seriedade, talento, alegria, beleza…), aos poucos nos fez imergir em um momento mágico.

Foi lindo ver a banda em ação: Tainá e Jéssica (guitarristas), cada uma em seu estilo, mais sério ou mais divertido; as caras e bocas, performance banger e simpatia marcantes de Fernanda Lira (baixo e vocal) e a bateria perfeita de Luana Dametto fizeram uma apresentação de encher olhos, ouvidos e o coração. Todas as músicas, seja do álbum de estreia, “Echoes of the Soul”, seja do lançamento “Shades Of Sorrow”, foram impecáveis alternando momentos de puro encantamento e de mosh.

Crypta – Foto de Raphael Monteiro

Abrindo o set com “ The Other Side Of Anger” e encerrando com a já esperada e maravilhosa “From the Ashes”, destacou-se também “Dark Nigth Of The Soul” (perfeita!), “Trial of Trators” (que coisa linda) e em “I am The Outsider” – o público cantou junto como quem mesmo que temporariamente, encontra seu lugar no mundo e comunga com seus iguais. Com as bênçãos de Kali, a primeira vez da banda Crypta no Circo Voador já entrou para a história do Metal BR, “a cena mais guerreira do mundo” – como disse Fernanda Lira.

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