Se a ideia era turbinar o blues na base da velha e boa cafeína, o objetivo foi alcançado.
Com um hardcore melódico bem executado e bem gravado, onde se percebe uma influência de nomes como Dead Fish e Nitrominds (banda essa da qual inclusive chegaram a gravar uma versão muito legal para a música “Sick man”, inclusa no tributo ‘Many minds’, lançado no ano passado pelo selo Two Hands Records, leia mais sobre AQUI), o Caffeine Blues despeja energia e peso sem miséria nas 5 faixas do novo EP, intitulado ‘Entre o céu e o inferno’.
Fica muito evidente logo nos primeiros compassos o enorme entrosamento do quarteto do ABC paulista, da cidade de Santo André pra ser mais específico. Entrosamento esse que é fruto dos quase oito anos de barulho e dessa mesma formação às vésperas de seu primeiro aniversário. A cozinha vigorosa formada pelo baterista Luiz Eduardo e pelo baixista Élio Buratini ditam o ritmo para as belas melodias da guitarra (cheia de terças maiores, menores e inversões de acordes, que não podem faltar no estilo) de Leonardo Alves e do vocalista William Laier.
A arte da capa já dá pistas sobre a temática das letras do trabalho, mostrando o homem comum cercado pelos ingredientes que compõe a vida de uma pessoa em busca de algum tipo de redenção ou vitória, em uma colagem muito interessante. Arte essa que ficou a cargo de Gustavo Navarro e Hugo Trajano, trabalhando sobre uma obra do fotógrafo Ricardo Augusto.
Destaques para a faixa “Contrato” (uma das melhores letras do disco) e para a participação de Gepeto (Ação Direta) na faixa “Anúncio”.
Ficou curioso? Ouça as faixas pelo bandcamp da banda:
http://caffeineblues.bandcamp.com/album/entre-o-ceu-e-o-inferno