Várias pessoas estão conversando e uma música toca ao fundo. De repente, algumas batidinhas de um garfo no copo pedem a atenção dos presentes no espaço como que para anunciar: parem o que estão fazendo e ouçam “Bunkers”, música de abertura da nova fase do Abraskadabra, banda curitibana de ska-punk que lança hoje, dia 24/9, o disco Make Yourself At Home.
Com 18 anos de estrada, três demos, dois EPs e dois full-lenghts, chega agora o terceiro álbum de estúdio da banda, com 12 faixas, incluindo os singles “Cattle Life”, “Do We Need A Sign?” e “Set Us Free”, lançados recentemente.
Assista ao clipe de “Do We Need A Sign?” acima.
O penúltimo trabalho do Abraskadabra, Welcome, foi lançado em 2018, e o nome do disco foi praticamente uma premonição, já que deu as boas-vindas a toda uma nova leva de fãs, principalmente no exterior. Com Welcome, a banda fez turnê por mais de 20 cidades dos Estados Unidos, passou pela Europa, tocou em grandes festivais e chegou até o Japão. O disco ainda foi eleito um dos melhores de ska-punk daquele ano pelo site Ska Punk Daily.
Agora, três anos depois de saudar os que chegaram, o Abraskadabra quer que todos fiquem à vontade e “Make Yourself at Home” (sintam-se em casa), e é realmente confortável ouvir esse disco enérgico em um momento tão obscuro da nossa história.
Sem festas e shows, a música serviu de companheira para muita gente durante este isolamento forçado e, assim, foi surgindo o conceito do álbum, cujo processo de composição começou há um ano e meio, mas foi acelerado durante a pandemia.
Sobre esse processo, o guitarrista e vocalista, Rafael “Buga”, conta: “o processo do disco é um processo de vida. Make Yourself At Home também tem a ver com o momento que estamos passando. Na hora de ficar em casa, você conta com você mesmo. É sobre aprender a lidar com o seu próprio eu. Ler um livro, compor uma música, se sentir bem com você mesmo”.
Eduardo “Du”, também guitarrista e vocalista, complementa: “Queremos que o nosso público não apenas se sinta em casa, mas se encontre em casa, e seja novamente bem-vindo, agora à nossa nova casa”.
E para se sentir bem, nada melhor que conversar sobre tudo, né? Por isso, as letras de Make Yourself At Home trazem temas variados: no disco, os fãs vão encontrar canções de amor (“Time to love you”), de protesto (“Set us free” e “Cattle life”), sobre angústias (“Not going back”) e, até mesmo, sobre o fim do mundo (“Bunkers” – que, ironicamente inicia o álbum, como dissemos), e tudo isso em melodias que reforçam a fórmula de riffs marcantes e refrãos para cantar junto, e capricham ainda mais nos arranjos dos sopros, criando uma atmosfera animadora em tempos caóticos.
A nova casa do Abraskadabra
E a nova casa do Abraskadabra é a Bad Time Records, gravadora norte-americana especializada em ska-punk, focada em artistas que conversam com os novos tempos.
O nome “Bad Time” faz piada com algo que o seu criador, Mike Sosinski, sempre ouvia quando decidiu abrir uma gravadora de ska, em 2018: “é uma má hora para esse gênero musical”. Mike provou a todos que era possível mudar essa história e fez a sua própria hora.
A relação da banda com a Bad Time começou em 2020. “O Abraskadabra e a Bad Time já estavam namorando faz algum tempo, mas quando começamos a ensaiar as músicas novas, já estava tudo certo”, revela o baterista Eduardo “Maka”.
Não à toa, o disco conta com uma participação internacional no teclado das faixas “Not going back”, “No more me and you” e “Everyone is special”: Esteban Flores, produtor, engenheiro de som e integrante da banda americana de ska-punk, Matamoska!
Atingindo a maioridade, afinal são 18 anos de banda, chegou a hora do Abraskadabra mostrar para o mundo todo que aqui no Brasil também se faz ska-punk de qualidade. Make Yourself At Home está disponível nas plataformas digitais e em formato físico com 4 versões diferentes do disco, em vinil colorido, com distribuição nos Estados Unidos, Reino Unido, Japão e, é claro, Brasil.
Por fim, aproveitamos para agradecer ao parceiro Erick Tedesco, assessor de imprensa que atuou na divulgação deste trabalho e que sempre prezou pelo respeito e carinho com o Nada Pop. Em uma atitude diferente de outras assessorias de imprensa, ele entrou em contato recomendando a audição do disco e buscando a nossa opinião sincera e por acreditar na proposta da banda.