
Além de baterista do Rock Rocket, Alan Feres também é proprietário da loja Fatiado Discos. Não sabe onde fica a Fatiado?! É logo ali, na Avenida Professor Alfonso Bovero, 382, no Sumaré (SP). Uma loja de discos e cervejaria que vem realizando festas maneirassas que você pode acompanhar as novidades clicando AQUI. Mas se você gosta mesmo de degustar uma boa cerveja, segundo o Alan, é exatamente isso o que difere a Fatiado de outra loja de discos.
O espaço trabalha com produtores artesanais, seja no chope ou até mesmo no queijo canastra ou na linguicinha curada. Interessou? Mas quem costuma tocar nesses eventos que a loja organiza? Simples, os próprios clientes, amigos, familiares e vizinhos do espaço. Isso mantém o clima bacana de bairro e vida simples, com muita música boa.
Em relação ao Rock Rocket, com mais de 10 anos de existência, Alan e banda lançaram há pouco tempo o quarto álbum da trajetória do grupo. Com o título de Citadel, o disco traz inspirações urbanas, aventuras na madrugada, loucuras e desilusões com a humanidade e uma bela homenagem para o punk rock dos anos 80, “Punk SP 80”, faixa que ainda conta com a participação do Ariel Invasor, um dos responsáveis pelo surgimento no punk na cidade e peça fundamental em toda essa história. Só essa faixa, para ter uma ideia, nasce clássica e o clipe, como é comum no caso do Rock Rocket, é outra obra-prima (assista abaixo).
Uma novidade bacana é que neste ano Alan irá lançar seu primeiro álbum solo. Com o nome de Alan Fere e a Encruzilhada, o álbum terá nove músicas e algumas vinhetas entre as faixas. Alan explica que não tentou fazer um disco de rock e que o trabalho é inspirado em artistas que admira, como Tom Waits, Neil Young, Leonard Cohen, Sparklehorse e Daniel Johnston (com quem teve o prazer de tocar baixo no show realizado em São Paulo).
“São canções que fiz no violão. Músicas que eu costumava tocar pra mim mesmo, coisas que venho compondo nos últimos cinco anos e que não cabem no Rock Rocket. Mas de última hora até acabaram entrando umas influências de Stooges, Cramps e War”, diz.
No projeto participam Rafael Crespo na guitarra (Planet Hemp/Polara), Fernando no baixo (Garotas Suecas), Felipe Maia na batera (Marrero/Scandurra/Júpiter Maçã) e Zé Mazzei no piano (Forgotten Boys). Um time de primeira que ainda teve participação do Paulo Kishimoto, na percussão (Pitty), em 2 faixas, além da Barbara Eugênia que divide os vocais com o Alan em outra faixa. Em relação as vinhetas, Alan ainda dá uma ideia do que virá ao dizer que foram gravadas por ele mesmo com cerca de 40 segundos cada numa onda mais lo-fi. Em breve o álbum estará disponível, segundo semestre tá logo ali. Abaixo confira os 10 álbuns do Alan!
#028 – Os 10 álbuns de Alan Feres (Rock Rocket e Fatiado Discos)
01 – GRITO SUBURBANO – CÓLERA, OLHO SECO E INOCENTES (1984)
Esse disco já abriu meus olhos pro mundo aos 12 anos de idade. Eu tinha uma banda e fazia covers desses sons tocando e cantando as letras tudo errado. Mas a intenção de protesto e o ódio pelo sistema a gente tinha.
02 – TOM WAITS – SMALL CHANGE (1976)
Ouvi demais esse disco, e ainda ouço. O fato de ter várias músicas só voz e bateria, ou só voz e sax, ou só voz e piano me fez perceber que, se você é muito talentoso, dá pra fazer muito com pouco.
03 – NEIL YOUNG – HARVEST (1972)
Na minha opinião esse é o melhor disco dele. Não tenho nem muito o que dizer, fora aquela música bizarra made que nunca entendi, são todas muito emocionantes.
04 – GAL COSTA – CINEMA OLYMPIA, O PSICODÉLICO (1969)
Gal em sua fase mais rebelde, com Lanny Gordin na guitarra. Psicodelia pesada. Gritos, distorções e muita viagem de LSD.
05 – CAETANO VELOSO – TRANSA (1972)
Sou fã dele. Fora aqueles tropeços básicos dos 80’s e 90’s (mas também, quem saiu ileso?) adoro a carreira dele. E esse é meu disco preferido.
06 – ARNALDO BAPTISTA – LOKI (1974)
O cara é tão gênio que conseguiu fazer um disco perfeito sem guitarra ou violão. E o melhor, se ninguém te avisar você nem se dá conta, porque de fato não faz falta. E tem tudo a ver com separações. As letras remetem bastante ao término com a Rita e o fato de não ter guitarra diz muito sobre o distanciamento do irmão. É bem bonito, principalmente conhecendo a história dele.
07 – DFL – GREATEFUL (1997)
Uma paulada. Eu cresci nos 90’s né, andando de skate e lançando tag nas paredes e nos busão, às vezes me aventurando em um pixo ou grafite. A cena da Califórnia falava muito alto entre meus amigos. Então não podia deixar de fora esse disco porque quando quero me lembrar dessa época é esse que boto pra rolar.
08 – SPARKLEHORSE – IT’S A WONDERFUL LIFE (2001)
Mesmo o cara tendo se matado, quando ouço esse disco eu realmente acredito que a vida é boa.
09 – HOPETON LEWIS – TAKE IT EASY (1967)
Ele foi criador do rocksteady, foi ele que desacelerou o ska. Nessa música (que dá nome ao disco) a letra é auto explicativa. Take it down, take it easy, dont need to hurry…
10 – COCK SPARRER – SHOCK TROOPS (1982)
Um hino atrás do outro, o arquétipo do sing along. Se me falassem que eu podia escolher só um disco de street punk pra ouvir pelo resto da vida, era esse.
*** Beatles e Ramones eu nem botei na lista porque acho que eles merecem uma hora inteira só pra falar deles, se não mais.