Caio Felipe é guitarra e vocal da Sky Down, uma das melhores bandas do cenário independente paulista e que você precisa MUITO ouvir e VER ao vivo. Poderíamos elogiar ainda mais a Sky Down, mas são o tipo de músicos que falam muito bem por eles mesmos.
Em 2012 lançaram o EP “Let There Be Light Cuz We’re a Mess”, depois foi a vez do álbum full e muito bem criticado “Nowhere” (2014) seguido do split A.A.T.N.L., lançado em conjunto com a banda The Bombers – Confira esse split clicando AQUI.
“Aqui tem um pouco do que mais gosto, nesse caso a lista é limitada a dez. Tem coisas que já me acompanham há tempos (e provavelmente vão acompanhar por mais tempo) e algumas que ouço nos últimos tempos”, explica Caio e que deixa bem claro que essa lista não é um “top 10”, com a melhor banda/artista do mundo, mas apenas algumas das bandas que gosta e se identifica.
Os 10 álbuns de Caio Felipe (Sky Down)
01 – RATOS DE PORÃO – CRUCIFICADOS PELA SISTEMA (1984)
Foi o primeiro disco que ouvi deles e foi uma experiência brutal. São mais de 30 anos de tapa na cara e a favor do contrário de tudo que está por aí. Aqui aprendi a questionar e ver o quanto o Brasil em sua sociedade é um tanto quanto estranho e único.
02 – IGGY AND THE STOOGES – RAW POWER (1973)
A guitarra em I Wanna Be Your Dog já mostrou que os Stooges seriam um tsunami, depois Funhouse já foi uma grande enfiada de pé na jaca e em Raw Power foram tão brutais que nem a banda sobreviveu. É o tipo de banda que na época a maioria não entende muito, porque esta a frente do seu tempo e num determinado momento da humanidade as coisas se alinham e as pessoas começam a entender, infelizmente isso sempre ocorre depois que a banda já fez tudo que tinha que fazer. Ainda me surpreendo com o peso, gravação, mixagem e tudo desse disco até hoje. Vale a menção também ao The Idiot já com o Iggy solo, amo aquele álbum.
03 – SEX PISTOLS – NEVER MIND THE BOLLOCKS (1977)
Pode falar que a banda era uma farsa e que foi arquitetada por um empresario, etc. Mas nenhuma farsa faz um disco desse. É sarcástico e ácido: “A cheap holiday in other peoples misery!”. Aqui aprendi que não há futuro e está tudo bem em não se importar com isso. *O PiL é sensacional também.
04 – JOY DIVISION – UNKNOWN PLEASURES (1979)
Se o punk dos Pistols era um grito pra fora, aqui tudo se volta para dentro. O Closer é mais consistente, em arranjos, letras, etc, mas talvez a inconsistência desse que me faça escolher o Unknown Pleasures. “Guess the dream always end, they don’t rise up just descend”.
05 – GERMS – GI (1979)
É barulhento, sujo e irresponsável.
06 – WIPERS – OVER THE EDGE (1983)
É uma aula de niilismo e melodias. Quando surgiram com o Is This Real? o punk estava dominado pelas bandas inglesas e eles passaram batido, quando o punk ficou mais rápido, bem tocado e urgente (hardcore) o Wipers apareceu com Youth Of America, canções com 8, 10 minutos, arrastadas. Over The Edge fecha a trilogia clássica deles, é o disco com a melhor coleção de músicas que já me identifiquei, acertaram em cheio.
07 – CADAVER EM TRANSE – LP (2014)
O Cadaver em Transe foi o achado de 2015 para mim. Vi eles num show doido na Associação Cecília em SP e não saiu da minha cabeça. É sufocante e caótico, exatamente como viver nessa cidade.
08 – COLOR FOR SHANE – OOPS! (2015)
O Color For Shane são meus conterrâneos aqui do ABC, terra de varias outras bandas legais atualmente. O ABC tem essa “estigma” do punk, o histórico metalúrgico e tal. Mas o Color For Shane faz um rock alternativo pesado com melodias tortas que gosto bastante.
09 – PIN UPS – GASH (1992)
O primeiro é clássico, mas ando ouvindo muito o Gash, lançar esse disco melódico e praticamente acústico em 1992 no auge do rock alternativo, distorções, mostrou que o Pin Ups tinha muita personalidade e merece o status que possui hoje. Sou muito influenciado pelos dois primeiros deles.
10 – THE BOMBERS – ALL ABOUT LOVE (2014)
O All About Love é o disco que me aproximou da banda e onde acredito que eles conseguiram juntar todos os elementos que fazem parte deles e, importante, olhando pra frente.
Menção honrosa que não poderia ficar de fora:
RAMONES – ROCKET TO RUSSIA (1977)
Escola.