Por trás de um personagem de longa data no imaginário popular, filho de políticos e parte de uma família tradicional de São Paulo, e bem mais do que memes e brincadeiras de perguntas e respostas nas redes sociais, Supla mantém um contínuo trabalho de lançamentos musicais totalmente característicos com o seu perfil e estilo de pensar o mundo.
Com mais de 50 anos, sendo pouco mais de 30 deles dedicados ao rock e punk, Supla é dono de diferentes histórias, parcerias, trajetórias, além de colecionar participações em filmes, novelas e até realitys shows. Conhecido também por mesclar em sua fala o português com inglês, o “C mmon kid s!” é um verdadeiro bordão e bastante divertido de reproduzir.
Ou seja, as suas experiências pessoais sempre fizeram parte de suas músicas, expressando um jeito de enxergar o mundo diferente de padrões e do mercado. Em um dos seus lançamentos de 2018, Supla canta: “Vi tantas mudanças, mil jeitos de se vestir. Dancei conforme a dança do som que eu ouvi, ao som que eu vivi”. Esse trecho em particular, da música “O som que eu vivi”, revela do artista a sua verdadeira arte de conseguir se adaptar em um ambiente na maioria das vezes hostil.
Porém, nem o próprio Supla está ausente dos efeitos atuais das tecnologias e de suas ramificações causadas em diferentes níveis no nosso jeito de agir e pensar. Com a música e clipe do single “Zombie”, o papito revela suas angústias usando a temática zumbi para nos mostrar como nossos sentimentos podem ser influenciados de forma negativa pela internet.
O próprio, em mensagem enviada ao Nada Pop, reforça a ideia de uma zumbificação da sociedade motivada por isso, transformando a nossa existência em simples autômatos do viver. Dessa forma, em suas palavras, ele acredita que muitas pessoas também se sentem assim. “Essa angústia na vida de muitas pessoas que não conseguem enxergar uma luz no final do túnel junto com a internet que não para de nos bombardear com informações desnecessárias me fazem me sentir como um robô zombie”, diz.
Mas não se trata de uma música contestando a atual realidade e nem menosprezando os benefícios da tecnologia. Para Supla, que diz “amar a tecnologia”, o importante é “ter cuidado”. A canção também situa uma condição física que foi transformada em música, aproveitando a temática. “O meu corpo já não é mais de um adolescente e às vezes, por causa de duas cirurgias na minha perna, ela fica dormente! Vai explicar? Tudo isso me fez fazer esta canção”, conclui.
A música foi gravada no Wha Wha Studio, sendo mixada por Kuaker, Supla e Os Punks de Boutique. Já o clipe conta com produção e direção do próprio Supla, fotografia e câmera por Mateus Mondini, além da edição e finalização por Lucas Cabu e efeitos visuais por Rich V Freak. Destaque para a maquiagem de @danielagoncmua e @joaomarcos.makeup (perfis no instagram).
Show
No dia 20 de novembro, mais conhecido como o próximo domingo, Supla e @ospunksdeboutique realizam um pocket show no @madameclub (lendário madame satán). O show será às 21h e no perfil do Supla no instagram está rolando uma promo para os ingressos desse evento.