Dissidentes é uma das bandas que mais tenho prazer de ter conhecido durante a nossa caminhada aqui no NADA POP. Esses caras ralam muito dentro do underground e são uma das referências pra mim quando penso em punk rock. São imensas as dificuldades de ter uma banda, desde as mais básicas até as mais complexas. Instrumentos, transporte, ensaios, shows, entre outras coisas, fora algumas pilantragens que todo mundo que é da cena sabe qual é: desrespeito de espaços com as bandas, desrespeito de bandas com outras bandas, bandas que desrespeitam os espaços, além do público, que é quase sempre loteria. Você pode tocar com 20, 30 ou mais assistindo seu show, mas o inverso também pode acontecer. É nessas horas que você consegue distinguir uma banda de rock daqueles moleques arrogantes que precisam de fama para se sustentarem como seres humanos.
O Dissidentes está na categoria titular da cena independente, são mais de 10 anos de história, integrantes que saíram, outros que voltaram. Sofreram com falta de grana, como toda banda que insiste em fazer rock acaba sofrendo, chegaram a pensar em desistir e largar tudo. Mas como disse, quando a música e a vontade de fazer é mais forte, quando aquilo que você faz é de verdade, há sempre um estímulo e uma nova vontade de ir lá e fazer e de contrariar aqueles que torcem pela sua desistência.
O lançamento do álbum “Só o rock salva”, que traz 11 faixas, é o maior exemplo de força e coragem. Digo isso porque tive a oportunidade de participar de perto, mesmo sendo só um expectador. Vi e observei boa parte do trampo, das dificuldades e de como um álbum de punk rock deve ser feito, ou seja, não se trata só de coração, mas de espírito mesmo. Os quatro lutadores da banda (Toni, Japa, Sub e Mario) conseguiram criar um álbum sólido em suas mensagens, consciente e preciso em suas melodias. Contaram com um nome de peso ajudando na construção deste álbum, o Nô, ex-batera do Dead Fish, além de Bruno Mulinario. Poderia dizer mais sobre este álbum, e vou. Mas será dito numa resenha especial na próxima semana, destacando faixa por faixa.
Por hora, baixem e ouçam esse lançamento que começa, em minha opinião, sendo um dos melhores de 2015. Ouça e tire as suas próprias conclusões, mas se existe um hashtag que teria o prazer de compartilhar é essa aqui: #somostodosdissidentes.
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