Não existe evolução sem mudança, né? E é levando essa máxima em consideração que a banda santista Bayside Kings decidiu mudar depois de 10 anos.
Conhecida pelas composições em inglês, a banda lançou, na última sexta-feira (25), o single “Existência”, dando uma prévia do próximo álbum da banda, que se chamará #livreparatodos.
“Veloz, sigo questionando tudo ao meu redor para não cair/ Não cair em armadilhas culturais / para decidir, definir, rotular o meu devido lugar / Eu vou estar fora da linha/ Sigo sempre em frente e não vou mais/ Eu sei quem eu sou”
A sonoridade pesada da BSK permanece em “Existência”, a diferença aqui é que as mensagens de resistência e autoconhecimento, características das composições da banda, agora estão mais diretas, claras e, porque não dizer, acessíveis. Em um país onde muitos não sabem inglês, ter uma letra como essa em nossa língua é um presente.
“Existência” é sobre ter voz e um rosto, sobre mostrar ao indivíduo que ele existe e faz parte de um grupo ou de uma ideia. E sobre a composição, o vocalista Milton Aguiar acrescenta: “Existência é o tempo do agora – o ontem já passou e o amanhã não chegou. Por isso, precisamos sentir, fazer valer e perpetuar o aqui e o agora, dar o nosso melhor no momento para existir, como um tributo ao ontem e um pavimento ao amanhã”.

O single, que está disponível em todas as plataformas de streaming, ganhou também um videoclipe produzido pela Baia Filmes, com animação de Arthur Feltraco e som por Rodrigo Acedo.
A mudança
Depois do disco Resistance, de 2016, e do split Yin-Yang, em conjunto com a banda brasiliense Mais Que Palavras, de 2018, a BSK passou por um período de aprendizado, estreitando o relacionamento com quem segue e curte a banda, e, mesmo depois da pandemia e a consequente falta de shows, esse relacionamento com os fãs só aumentou, o que fez com que o gás e a paixão da banda crescessem cada dia mais, por isso, surgiu a necessidade de retomar os trabalhos e fazer um disco em português.
De acordo com Milton, o cenário sócio-político nacional de 2018 foi o ponto de partida para a mudança na forma de levar a mensagem da banda. “O agora e o futuro daquele tempo demandava à banda atingir nosso público e ir além de quem já nos conhece, e com uma mensagem uniforme”, diz.
As letras em português, portanto, são uma forma de conversar com outros públicos, além de estreitar a relação com a já sólida base de fãs e pessoas ligadas ao hardcore punk.
“Queremos abrir novos campos de diálogo”, revela o vocalista, que estudou as métricas do português para adequar à sua forma de cantar, buscando influências em bandas como Colligere, e a parceira da BSK, Mais Que Palavras, para este processo. “Um recomeço, com a experiência e maturidade de 10 anos. Queremos coisas novas e esse é o momento ideal”, completa Milton.
“Existência” foi gravada no estúdio TOTH, em Guarulhos, em São Paulo.
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