Punk, hardcore e alternativo

Alexandra Saldanha - Foto de Mazzei
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#055 – Os 10 Álbuns de Alexandre Saldanha (Reverendo Frankenstein e Spitfire Demons)

 

Alexandra Saldanha, das bandas Reverendo Frankenstein e Spitfire Demons, é um daqueles músicos que poderíamos chamar de guitar hero. Um dos caras mais versáteis quando o assunto é guitarra. Devido a sua habilidade e conhecimento com o instrumento é sempre convidado (ou convocado) a substituir guitarristas de outras bandas quando algum imprevisto acontece.

Do punk ao rockabilly, do clássico ao puro rock, seu estilo de tocar se mantém inabalável. O músico, atualmente com 42 anos, conta que desde os 15 toca em bandas. Foi no Rock in Rio de 1991, após assistir a apresentação do Guns N’ Roses que pensou: “É ISSO QUE EU QUERO PRA MINHA VIDA!”.

“Uns anos depois, comprei minha primeira guitarra, uma Golden, imitação da Ibanez Iceman do Paul Stanley, e fui montando bandas e tô nessa vida até hoje.”

Saldanha revela que o Reverendo Frankenstein nasceu do Kães Vadius, banda com origem em 1985 e pioneira do psychobilly no Brasil. “A gente (eu, Fabio e Felipe) queríamos fazer outras coisas musicalmente, sem ficar preso a nenhum estilo, como um… Frankenstein! A base é psychobilly, mas tem muito de punk, de surf music e a gente é muito aberto a outros sons também”, diz Saldanha. Atualmente, além das bandas Reverendo e Spitfire Demons, a segunda de power psychobilly, Saldanha se apresenta em algumas situações com o Garotos Podres e na banda The Bombers.

Alexandre Saldanha na época da banda Kães Vadius (primeiro da esquerda para direita). Foto Renata Machado.

Questionado se além de tudo isso tinha outros projetos para nos contar, Saldanha fala que é “facinho” e que tem aceitado qualquer convite para gravar e tocar. Recentemente, ao lado de Matheus Krempel (líder do The Bombers e vocalista na Reverendo Frankenstein), produziu o disco da banda Time Bomb Girls, além de gravar com The Almighty Devildogs. “Às vezes alguém me chama pra fazer participação em show ou substituir alguém e eu vou. Amo ser músico e vou com o maior prazer”, finaliza.

“Às vezes alguém me chama pra fazer participação em show ou substituir alguém e eu vou. Amo ser músico e vou com o maior prazer.”

Os 10 Álbuns de Alexandre Saldanha (Reverendo Frankenstein e Spitfire Demons)

01 – SUBLIME – SUBLIME (1996)

Nos anos 90 eu era bem cabeça fechada, só ouvia punk (Ramones) e metal. Odiava hardcore californiano, reggae, ska, rap… Aí chega o Sublime fazendo tudo isso e me agradou demais! Esse é um disco que eu tenho em CD e vinil e escuto direto. Abriu minha cabeça total!

02 – RAMONES – TOO TOUGH TO DIE (1984)

Ramones é minha banda da vida, gosto de todos os discos, mas Too Tough to Die é especial. Lembro da primeira vez que ouvi quis transformar a banda que tinha na época (cover de Ramones, basicamente) nunca coisa mais new wave, com teclado. Acabou não acontecendo, mas amo esse disco e tenho Too Tough To Die tatuado no peito.

03 – THE METEORS – SEWERTIME BLUES (1986) *

Tenho várias ressalvas contra o Meteors. Acho que o Paul Fenech (vocalista, guitarrista e fundador) tem vários problemas como pessoa e também que a banda se perdeu numa egotrip e o show que vi deles no Hangar 110 me brochou de vez. Mas nessa época era bom demais! Eles combinavam a quantidade certa de rockabilly, maldade e umas guitarras surf lindas! E nessa época, eles usavam baixo elétrico, que acho que mais combina com o som deles.

04 – JIVE BUNNY AND THE MASTERMIXERS (1988)

Meu pai adorava “twist” (ele chamava assim qualquer rock dos anos 50 ou 60) e quando saiu esse disco, eu fui com ele na loja pra comprar. Esse disco é muito divertido! Você pode colocar pra tocar de ponta a ponta em qualquer festa que duvido a pista ficar vazia. Muita coisa que eu gosto hoje tá ali (The Ventures com “Hawaii 5.0”, “Let’s Dance” que os Ramones gravaram, Eddie Cochran). E as mixagens são muito profissas! Coisa fina!

 

05 – RATOS DE PORÃO – FEIJOADA ACIDENTE – BRASIL E INTERNACIONAL (1995) **

Acho RDP legal, mas tá longe de ser uma daquelas bandas que eu amo. Mas eu amo esses dois discos. Quando saiu, eu não conhecia muita coisa de punk (só Ramones, Sex Pistols, Clash e talvez Buzzcocks) e a MTV passava muita coisa sobre os Feijoadas, os “clipes”de “John Travolta” e “Dotadão”. Lembro que tinha gravado em VHS o show de lançamento que eles fizeram em SP com transmissão da MTV. Ali conheci Radio Birdman, Dead Kennedys, Rezillos e até Garotos Podres (que fui tocar com a banda mais de 20 anos depois!).

 

06 – CHICO SCIENCE & NAÇÃO ZUMBI – DA LAMA AO CAOS (1994)

Já tinha ouvido falar de CSNZ, mas ali no começo dos anos 90 demorava um tempo entre ouvir falar de uma banda nova e realmente ouvir. Um domingo, tava assistindo Faustão e vi Chico Science com aquele óculos gigante e a Nação Zumbi toda com chapeuzinho de palha tocando “A Praieira” (gravei ela com o Reverendo anos depois) e pirei no som! Lembro que fiquei de cara com o Lúcio Maia também, eu não entendia nada na época, mas já saquei que ele era um puta guitarrista!

07 – BOOM BOOM KID – OKEY DOKEY (2001)

Fun People tocou duas vezes em BH (que eu lembre) e eu não fui em nenhuma delas, mas sempre lembro dos amigos comentando no dia seguinte como o show era foda e o cara levava uma prancha pra surfar em cima do público. Muitos anos depois, a Déia (Time Bomb Girls) me mostrou os discos do FP, mas não me empolgou. Mais pra frente, fui ver um show do Bombers no Hangar abrindo pro Boom Boom Kid e ali a ficha caiu e eu entendi tudo. Hoje, BBK é uma das minhas bandas preferidas.

08 – AUTORAMAS – NADA PODE PARAR OS AUTORAMAS (2003)

Sabe aquelas bandas que você pode falar que conheceu antes? A primeira vez que vi Autoramas foi em BH, em 99, quando eles só tinham uma fita demo lançada. Fui ver o Estrume’n’tal “e uma banda do Rio que não sei quem é”. Quando começou o show eu fiquei encantado pela performance da Simone com aquele baixo Firebird lindão, aí olhei pro lado e pensei “olha, o cara do Little Quail!”. Aí lembrei de uma matéria do jornal da MTV falando que o Gabriel tava com uma banda nova e que, assim como no Little Quail, o baterista também chamava Bacalhau. Minha banda nacional preferida e chuto que é a banda que já vi mais vezes ao vivo.

09 – SEPULTURA – CHAOS A.D. (1993)

Conheci Sepultura pós Rock in Rio, em 91, época do Arise, e quando eles estavam realmente virando uma banda internacional. Pra mim, era muito legal que uma banda da minha cidade, que começou lançando seus discos pela Cogumelo (a loja onde eu comprava meus discos e ficava a poucos quarteirões de casa) e eram amigos do meu irmão mais velho tivesse tomando essa proporção. Aí eles vão e lançam Chaos A.D., cheio de grooves e ritmos brasileiros, “Kaiowas” com violões, viola caipira e muita percussão, os covers de New Model Army e “Polícia” dos Titãs (com o selo Only in Brazil na capa). Podem falar o que for do Roots, Chaos A.D. sempre vai ser o auge do Sepultura pra mim.

10 – MAN OR ASTROMAN? – 1000X (1997)

Quando comecei a me interessar por “oldies” (rockabilly, surf music, etc), o Man or Astroman? foi tocar em BH pela primeira vez e eu fui no show meio curioso com o som, mas também com todo o conceito da banda (que seria extraterrestres que caíram na Terra e estavam tentando achar as peças da nave espacial e voltar pro planeta deles, mas pegaram uma frequência de rádio antiga – tocando surf music – e acharam que era a música do momento que ia ajudar a banda na sua missão). O show deles é sempre MATADOR! Em todas as vezes que vieram ao Brasil (acho que cinco vezes), eu vi pelo menos um show e pretendo ver sempre que puder!

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* O álbum do The Meteors apresentado na lista reúne dois discos. O indicado pelo Saldanha começa em “Ain’t Taking a Chance” e termina em “Surf City”.

** Já os álbuns do Ratos de Porão não foram encontrados no Spotify, por isso deixamos ao menos as capas dos discos.

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