“(…) as grandes empresas nacionais e estrangeiras, como a televisão, o rádio, os periódicos, as revistas e outros mais, não estão a serviço dos povos, nunca dizem a verdade servem unicamente para difundir as ideias, os pensamentos, os interesses e as mentiras do mau governo e dos ricos, com o fim de controlar os povos no âmbitos político, ideológico e econômico. Os povos, os trabalhadores de toda classe humilde, não têm direito de contar com seus próprios meios. Para o mau governo e os ricos, é um delito que os povos tenham seus próprios meios, para transmitir suas ideias, seus pensamentos, seus interesses e sua cultura.” (Trecho da fala de Patrícia do Caracol 2 Zapatista, em uma mesa sobre ‘Outra Comunicação, Outra Arte e Outra Cultura’ do ‘Encuentro de los Pueblos Zapatistas con los Pueblos del Mundo’)¹

Autogestão e ação direta. Duas coisas tão faladas em músicas e zines punks, tão escrita em patchs e jaquetas. Nos últimos anos, esteticamente muito presente, e não muito aplicadas na prática cotidiana. Não tão presente em ações quanto no discurso, em alguns momentos ainda encontramos na cultura underground e punk esses dois conceitos se materializando para o mundo real. Afinal, se é dito underground, a lógica deveria gritar que o mainstream não poderia estar no horizonte, a não ser como algo a ser combatido. É necessário pensarmos nesses momentos como uma espécie de laboratório ou acúmulo de experiência, através dos quais tiramos lições para botarmos em prática testes do projeto de sociedade que queremos para o futuro. Somente através da prática e a ação é que colocamos nossas “peças no tabuleiro” e entramos no jogo social e nos deixamos visíveis às outras diversas linhas políticas e de pensamento, e a partir disso certamente ficará claro que vivemos em uma sociedade muito maior que os nossos círculos culturais de convivência. E tendo isso em vista, se pensamos em uma sociedade igualitária e livre, é extremamente importante que saibamos dialogar com outras realidades, para se for necessário fazer alianças com os semelhantes e, entender a dinâmica dos inimigos e adversários para poder fazer frente a eles.
Sabendo da imensidão de culturas que existem, temos que botar em prática nos micro espaços o que pretendemos numa escala maior. E para um projeto libertário e popular, isso quer dizer lidar com as diferenças, buscar amenizar as contradições e principalmente respeitar a diversidade. Lendo e escrevendo isso parece bem fácil, mas na realidade é um exercício muito mais complexo do que se parece. Tirar as teorias do papel e aplicá-las na vida real dá bastante trabalho! Para caminhar temos que, convencer outras pessoas que nosso projeto de sociedade é uma alternativa séria e factível, ganhar o respeito das pessoas com projetos diferentes e por fim, convencer a nós mesmos que nossas ideias para construção de um novo mundo são realmente possíveis. O intuito não é impor nada, pois imposição o estado burguês já faz com êxito há tempos e já sabemos para onde isso está nos levando.
O intuito não é impor nada, pois imposição o estado burguês já faz com êxito há tempos e já sabemos para onde isso está nos levando
Para convencer, umas das coisas necessárias a se fazer é botar em prática a famosa propaganda pelo fato (ou pelo ato). E entrando no assunto principal desse texto, de uma forma espontânea e talvez não tão pensada, o Okupalco conseguiu à sua maneira dar mais um dos muitos passos já dados rumo a criação de uma cultura de autonomia dentro do cenário urbano, aquela que floresce longe da tutela do estado. Aquela que se impõe com a autogestão , que cuida de sua própria segurança, justiça, logística, conceito de tempo, etc. Pelo segundo ano consecutivo o Okupalco, toma uma parte do vale do Anhangabaú (região central da cidade de SP) em meio a Virada Cultural oficial da prefeitura de São Paulo, fazendo com sua próprias regras um palco criado para receber alguns dos estilos musicais que compõe a autodenominada “cultura de rua”. No primeiro ano, toma apenas uma madrugada e nesse segundo propõe algo mais ambicioso, 24h ininterruptas de música funcionando à base de apenas um gerador de luz à gasolina emprestado por um sindicato. Dessa vez, estendendo a responsabilidade para 4 coletivos, cada um organizando uma parte de 6 horas.
Nessas 24 horas, o palco montado na rua recebeu bandas de punk rock, hardcore, reggae, rock alternativo e em um determinado momento chegou até a aparecer uma rodada de maracatu. E isso ao mesmo tempo que um Sound System com músicas jamaicanas pulsava pesado na outra metade da praça. Lidando com as diferenças internas e externas para colocar em prática um projeto maior de embate contra o poder, é necessário em determinados momentos construir “frentes” entre grupos que possuam alguns pontos básicos em comum, porém não pensem exatamente a mesma coisa. O Okupalco possuía objetivos claros, e através disso traçou suas estratégias para alcançá-lo. Os objetivos gerais eram simples: fazer um palco funcionar 24 horas como uma maneira de questionamento às políticas públicas da Secretaria de Cultura, problematizar como e para quem funciona a Virada Cultural e contribuir para o enfraquecimento da cada vez mais avançada gentrificação do centro de SP, entre outras coisas.
Para colocar em prática um projeto maior de embate contra o poder, é necessário em determinados momentos construir “frentes” entre grupos que possuam alguns pontos básicos em comum, porém não pensem exatamente a mesma coisa
Dentro desses objetivos centrais cada coletivo tinha suas próprias particularidades e intensidades na leitura dos mesmos. Alguns coletivos com postura estética e discursiva mais agressiva do que outros, enfim, com as linguagens e leitura da realidade diferentes entre si. No entanto, essas diferenças conviveram de tal forma que, pelo menos aparentemente, não houve uma disputa na qual pudesse existir perdedores que pudessem ser calados ou sufocados em detrimento de possíveis vencedores, e a não ser que houvesse algo que fosse muito oposto e incompatível (e isso parece não ter ocorrido), as tarefas foram feitas na base da solidariedade, respeito e o apoio mútuo somando forças para que o objetivo final fosse concretizado.

Passada essa etapa inicial de ajustes entre os grupos da organização, veio a etapa mais difícil: a de ocupar a praça do chafariz. Por se tratar de um espaço público, as pessoas que passaram pelo evento faziam parte das mais diversas culturas e realidades, sendo que o território ocupado convivia entre um palco oficial no vale do Anhangabaú largado às moscas e à uma base desproporcional da PM, metade da praça ocupada por um sound system e a outra metade pelas bandas. Além de uma sala com uma máquinas de fliperama com um DJ discotecando pra ninguém, que por isso talvez nem valha a pena mencionar aqui. Pessoas em situação de rua, vendedores ambulantes, punks, straigh edges, rappers, skinheads antifascistas, pessoal do funk, do DUB, curiosos que passavam por outras atrações, crianças, idosos, pessoas de outros países. Acreditamos que a convivência entre toda essa diversidade pode influenciar mutuamente as/os envolvidas/os e fazer com que as culturas em questão avancem e se reforcem. Por mais que existissem as diferenças, os grupos marginalizados, excluídos e indesejáveis para a virada oficial e sobretudo para os projetos de elitização do centro, parece que se reconheceram em suas respectivas importâncias para um bem comum mais amplo.

Em nossas análises, é sempre bom pontuar que o mundo não está em paz, e para os grupos marginalizados a violência está presente a cada passo de seu dia dia, sendo assim, nos parece que não é prudente se organizar em um evento como esse sem ter em mente que provavelmente ocorrerá problemas com conflitos nos quais as pessoas envolvidas terão muitas vezes como primeiro impulso a resolução dos mesmos por meio da violência. É primordial que não idealizemos as coisas. O mais correto é que pensemos as formas mais justas e menos opressoras de resolver esses problemas para abafar o máximo possível esse teor de embate, através da busca de métodos de resolução que ouçam e levem em conta a leitura do contexto imediato. E nisso nas 24 horas de evento sem dúvidas o grupo de pessoas que organizaram o Okupalco foi bastante bem sucedido. Houve uma mistura e uma interação não tão comum, no geral. Aos poucos, nos reconhecendo e convivendo juntos, vamos entendendo que o velho lema que já aparecia no século 19 ainda é bastante atual e importante para nós que lutamos contra o poder por justiça e liberdade: “Paz entre nós, guerra aos senhores”.
Para nós que somos a favor da extinção da polícia e não acreditamos no estado burguês, é bastante importante que tenhamos no horizonte esse debate de como construir nossa própria segurança e uma justiça popular
A busca pela Justiça popular e a segurança autogerida aprofundando um pouco essa ideia de resolução de conflitos, uma coisa que sempre é colocada como muito importante e por isso acaba sendo um ótimo argumento usado pelos órgãos do estado para nos barrar é em relação a gestão da segurança pública. Como resolver a segurança sem a tutela do estado? Como fazer justiça sem o aparato legal burguês? Para nós que somos a favor da extinção da polícia e não acreditamos no estado burguês, é bastante importante que tenhamos no horizonte esse debate de como construir nossa própria segurança e uma justiça popular. Então assumindo que existem diversos fatores em um evento público que possam desestabilizar a paz, desde a possibilidade de “visitas” de gangues de extrema-direita, passando pelo comum destempero da PM e chegando nos desentendimentos internos, essa é uma questão que deve ser sempre levada em conta desde já.
E durante o evento o que se viu foi uma forma que se mostrou eficaz, aquela que pensa que o melhor jeito de evitar problemas é ficar atento para agir antes que eles comecem a aparecer. E isso necessitou uma rede de comunicação contínua entre a organização e apoiadores que ocupasse o maior alcance possível do território em questão. Fato esse que passou confiança e empoderou às pessoas responsáveis pelo evento e deixou um clima menos tenso no ar. Foi deixado claro também o caráter independente do evento, o que levou o público a entender a importância do evento e a cada problema o rápido diálogo e o consequente abafamento dos conflitos aconteceram na grande maioria das vezes entre o próprio público.
Nossa impressão foi que durante o evento foi instalado um território praticamente autônomo, e na medida do possível autogestionado, com suas próprias regras de resolução de conflitos e justiça própria, a ponto de vendedores ambulantes pedirem abrigo no local para que não fossem importunados pela GCM (Guarda Civil Municipal)
O improviso ocorreu quando se pensou em fazer uma espécie de cordões de isolamento para separar o “pogo” e o público, das bandas e equipamentos. Discursos foram feitos no microfone para que houvesse respeito ao próximo na intensidade das rodas, o que nem sempre deu certo, mas se pensarmos de forma geral na estrutura rudimentar e o baixíssimo orçamento que tinha à disposição, podemos dizer que no geral essas práticas foram bem sucedidas, não existindo nenhum incidente digno de nota em 24 horas de evento e 30 apresentações. A polícia apareceu com suas viaturas e fuzis ou em ronda em alguns momentos para intimidar, mas isso não durou muito mais que 15 minutos. Nossa impressão foi que durante o evento foi instalado um território praticamente autônomo, e na medida do possível autogestionado, com suas próprias regras de resolução de conflitos e justiça própria, a ponto de vendedores ambulantes pedirem abrigo no local para que não fossem importunados pela GCM (Guarda Civil Municipal).

E durante o evento (pelo menos nas horas que estivemos no local), não houve a ocorrência de nenhum apreendimento de produtos dos ambulantes. Cultura, entretenimento e política como já foi dito, o objetivo mais imediato do evento era notável: um palco musical feito para bandas de seguimentos contraculturais marginalizados e indivíduos excluídos dos processos de escolha da prefeitura poderem se apresentar e para grupos que de praxe são indesejáveis pelo poder público poder se divertir e conviver livremente sem a descriminação social e do Estado. Apesar disso, se dermos meio passo à frente na interpretação do evento notaremos que existiu alguns fatores de contestação política bem mais profundas, como a leitura do direito à cidade e o questionamento da gentrificação que elitiza e exclui a população pobre dos espaços públicos.
Se dermos meio passo à frente na interpretação do evento notaremos que existiu alguns fatores de contestação política bem mais profundas, como a leitura do direito à cidade e o questionamento da gentrificação que elitiza e exclui a população pobre dos espaços públicos
Conscientemente ou não, cultura, entretenimento e a política caminharam de forma indissociável tendo em vista que as políticas públicas cada vez mais excludentes e caminhando ao lado da ideologia neoliberal, seleciona os grupos que vão poder usufruir dos direitos básicos para a sobrevivência, como dizem pelas ruas, o direito à cidade feito para quem pode pagar. Apareceu a denúncia de que a prefeitura num contexto programático mais amplo, dirige as políticas culturais para que a cultura da periferia, de rua, aquelas que “saem fora da caixa” e contestam os modos de vida impostos pela ideologia do capital. cada vez mais são jogadas às margens através de discursos criminalizadores proliferados pela mídia corporativista, as escolas com suas cartilhas ocidentalizadas, enfim, o discurso conservador em todas as esferas que ele domina. Isso quando não trabalha para cooptar e higienizar os discursos rebeldes com a distribuição de algumas migalhas de privilégios.

Num âmbito mais específico, um evento de rua como esse questionou a própria virada cultural e seu caráter megalomaníaco. Virada Cultural pra quem? Qual objetivo de uma megaevento como esse e quem se beneficia com ele? Nos coloca questões na cabeça sobre licitações para materiais, valores de cachê pagos para determinadas atrações, de como as corporações se beneficiam mais do que a população da cidade. Coloca em pauta o quanto o Estado impõe uma política de domesticação da cultura, como ele trabalha para que a população se mantenha subjugada e sempre com a certeza de que é indispensável a tutela do poder público e empresarial e de que para produzir um evento e se expressar só é possível com muito dinheiro e após se submeter às mais nebulosas burocracias. Mostra que na verdade um pequeno palco para bandas e um sound system podem funcionar 24 horas à base de um rateio entre pessoas com vontade e disposição de fazer, que arrecadaram uma quantia de 1700 reais na base do rateio! Certamente um valor que não paga nem a gasolina utilizada para levantar o helicóptero da polícia militar que fazia ronda a madrugada inteira (houve quem apelidasse a Virada Cultural de Virada Militar) do chão.
Num âmbito mais específico, um evento de rua como esse questionou a própria virada cultural e seu caráter megalomaníaco. Virada Cultural pra quem? Qual objetivo de uma megaevento como esse e quem se beneficia com ele?
Consequentemente, nos faz retomar a história recente de momentos como o da Fun Fest da Fifa durante a Copa do Mundo, em que havia segurança particular que selecionava e escolhia o público que poderia ficar ou não no Vale do Anhangabaú, que colocava somente a possibilidade de vendedores ambulantes se vincularem aos patrocinadores, vender apenas os produtos credenciados e tudo isso após de muita burocracia e sorte. É o modelo de cidade que a elite pensa, a gestão total do espaço público para as corporações. Utilizando esse ambiente que está em um processo avançado de um projeto de reurbanização no qual o banco Itaú doou um projeto urbanístico para a prefeitura, com um caráter extremamente elitista que não esconde em nenhum momento que pretende escorraçar toda a população pobre que habita a região do Anhangabaú. Trata-se do “presente” da família Setúbal que faz a prefeitura privatizar sem o ônus de ter privatizado.
E tudo isso para nos lembrar que as elites sempre tem interesse em suas doações, ou alguém acha que os bancos, empreiteiras e afins doam dinheiro para campanhas políticas por conta de empatia e confiança política? Concluindo… Sem dúvida o Okupalco 2015 foi um sucesso! Repercutiu até na mídia corporativista, fortaleceu os laços entre as pessoas envolvidas no projeto apontando para novas articulações futuras, teve apresentações de ótima qualidade com um grande público espectador (maior inclusive que em muitos palcos da virada cultural oficial). Fica mais uma vez a lição (como em muitas vezes na história da cultura underground e de rua) que o caminho a se buscar é cada vez mais a autonomia e independência do Estado, empresários, etc.
Fica mais uma vez a lição (como em muitas vezes na história da cultura underground e de rua) que o caminho a se buscar é cada vez mais a autonomia e independência do Estado, empresários, etc.
É possível fazer nós por nós, criar nossas regras, fazer do nosso jeito e principalmente impor nossa presença oficialmente indesejada. Esperamos que esse espírito não se perca e não nos contentemos mais com migalhas da prefeitura, verbas com tempo determinada para precarizar nossas forças de trabalho ou choramingar para vender nossas ideias nas busca por editais de cartas marcadas. A justiça e a dignidade só se mantêm com liberdade e autonomia. Que aprendamos a lição e não busquemos mais transformar nossas ideias e dignidade em mercadoria. O caminho é sempre ter no horizonte a autogestão e nunca esquecer dessa grande ferramenta de rebeldia, a Ação Direta.
Texto assinado pelo Coletivo Desobediência Sonora
2 respostas
Acredito que o poder está nas mãos de quem assiste e não de quem produz o conteúdo. Não adianta querer empurrar guela abaixo das pessoas algo que elas não querem. Essa idéia de “manipulação das massas” soa como teoria da conspiração. Se você colocar na TV coisas que o público não quer ver e no rádio coisas que as pessoas não querem ouvir a audiência cai – porque sempre haverá um concorrente pronto para dar aquilo que o público quer.
Não concordar com os valores de um povo é uma coisa, querer dizer que os valores são ditados pela mídia é pura ilusão.
Oi José, blz?
Não entendi muito de qual lugar do texto você tirou essa ideia, no entanto vou tentar responder.
O poder de decisão do que é bom, com certeza está nas mãos de quem escolhe, não discordei no texto disso em nenhum momento. O fato é que em uma sociedade existem muitos gostos, muitas visões de mundo, e a mídia privilegia apenas algumas e dissemina as que possui o conteúdo que ela considera como o aceitável. E isso de amplia para eventos como esse em que a prefeitura excluiu diversas manifestações culturais que existem na cidade que não condizem com a forma que ela considerada adequada. Quem disse que as pessoas não gostam das músicas que tocaram nesse palco, por ex? Tinha mais de 2 mil pessoas em média, um número maior que grande parte dos palcos oficiais com os conteúdos mainstream, para ouvir sons e conteúdos marginalizados nos grandes meios de comunicação. Nem tudo que tá na rádio e TV é um termômetro do que as pessoas gostam.
As grandes mídias estão nas mãos de poucas famílias que disseminam apenas sua visão de mundo, e se você tem um veículo de grande alcance que só mostra a visão X e exclui a Y e a Z, é pq alguma coisa tem aí, né? Quem tem poder material e econômico para empurrar coisas a nossa guela e na guela de quem pensa diferente são ele, não a gente que mal tinha grana pra colocar gasolina no gerador. Não existe um só valor dentro de um “povo”, há uma diversidade enorme de visões de mundo. A mídia não dita, mas só dá a entender que existe um tipo de mundo possível, que é o com o qual ela concorda. Na escola é apenas contada a história dos vencedores. A mídia só dissemina um tipo de ideia. Cadê a história da África e da América Latina no curriculum escolar? Onde tem um noticíario na TV que passa a visão dos movimentos sociais? Em que rádio posso ouvir punk, sons jamaicanos, rap de combate?
Acredito que sim, quem está no poder esconde qualquer tipo de voz que o conteste.