
No mês de novembro a banda Wry lançou o seu mais recente álbum de estúdio intitulado “Aurora”. Com 11 faixas, o disco conseguiu chamar a atenção da crítica e de público, tornando-se um dos trabalhos mais elogiados da banda até o momento – que já coleciona em sua discografia ótimos lançamentos. O disco, que pela primeira vez desde o surgimento do grupo traz canções com letras totalmente em português, também consegue chamar a atenção pela capa, que traz a modelo Larissa Leonotti em foto registrada pela fotógrafa Ana Érica.

Leia a nossa resenha do álbum “Aurora”, da Wry, clicando AQUI.
Larissa é filha do William Leonotti, baixista da Wry, e foi indicada pelo próprio músico quando o Mario Bross, vocalista e guitarrista, comentou qual era a sua ideia de capa para esse disco. “Acho que devo ter comentado de querer um rosto na capa. Que insinuasse algumas coisas, entre elas que [a modelo] pudesse estar com o rosto brilhando recebendo o primeiro clarão da aurora. Ou que passou a noite chorando e ainda não foi dormir, ou passou a noite na balada e estava ainda acordada. Quando comentei da capa, ele [William] me mandou o Instagram da Larissa. Pedi pra minha esposa, Simone Nolé, maquiadora e cabeleireira, colocar essa expressão dúbia no rosto e cabelo dela”, comenta Mario.

Quando questionado sobre referências para essa capa, ou se houve alguma inspiração de outros trabalhos para a foto utilizada no álbum, Mario diz que tudo foi original. No entanto, após pesquisas que pudessem contribuir com o trabalho da fotógrafa, outras capas foram encontradas em poses do interesse do músico, como nos discos do Sam Smith, Adele e U2. “Logicamente a do U2, do disco WAR, eu já tinha memória afetiva”, diz.
Em contato com a Larissa ela nos conta que não é profissional da área, mas que desde pequena gosta de tirar fotos. O trabalho com a Wry foi o seu primeiro projeto envolvendo a música e que apesar de se sentir envergonhada também fica orgulhosa pelo resultado. Sobre possíveis dificuldades no ensaio, ela conta que tudo foi bem tranquilo. “A única coisa ‘difícil’ foi quando fomos tirar umas fotos em um lugar bem empoeirado, mas de resto foi bem de boa”, explica. Esse lugar que ela cita era o porão da casa onde as fotos foram feitas e que ela nos enviou uma foto que pode ser conferida na matéria.

Já sobre o disco e o que ela achou das músicas, Larissa diz que ouviu algumas faixas e gostou bastante, mas apesar de gostar do gênero acaba ouvindo outras bandas como Joy Division, Terno Rei, Gorillaz, Deftones, The Neighbourhood e Arctic Monkeys.
No trabalho desenvolvido pela Wry, especificamente com a capa do álbum “Aurora”, houve a preocupação da banda com a construção de um sentido musical, sendo uma expressão artística e visual das canções e reforçando a mensagem de interesse do grupo com o disco. Essas questões envolvendo a importância de uma capa, seja para um single, EP ou álbum não é algo novo e já foi tema de diferentes pautas. Em 2019, o portal Nexo Jornal publicou uma matéria destacando uma pesquisa realizada na PUC do Rio de Janeiro, que investigava a relação entre a música e a cultura visual nos séculos 20 e 21.
A autora, Aïcha de Figueiredo Barat, resgatou discos antigos para mostrar como as capas agregam sentido a cada obra e são importantes na maneira como se produz música até os dias atuais. A pesquisadora destaca, entre as conclusões, que a parte visual é um elemento que compõem as práticas do artista para além da música, e que as capas também ajudam a mostrar questões visuais de cada época.
2 respostas
Parabéns Wry!!!
O disco é lindo! A capa é linda!
Sucesso, com certeza!!!
Arrasaram parabéns Wry !
Muito sucesso !!!!!!