Punk, hardcore e alternativo

Molho Negro - Foto: Caio Brito
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Festival Bem Ali: Os seis anos de um evento realizado na região Norte do Brasil

Molho Negro, do Pará, é um dos headliners da 6º edição do Festival Bem Ali. O evento será realizado no próximo sábado (19/10), em Tocantins. Foto: Caio Brito

O Festival Bem Ali surgiu em 2015 no estado do Tocantins, com as edições anteriores do evento reunindo ao todo um público aproximado de 5 mil pessoas. Nesse período, soma-se ao Bem Ali 39 shows, 14 locais diferentes e até uma apresentação internacional.

No próximo sábado, 19/10, o Festival alcança a sua 6º edição com nove shows e bandas no auge do reconhecimento e popularidade: Joe Silhueta, Molho Negro, Stolen Byrds, Wizened Tree, Almirante Shiva, Desert Crows, Big Marias, Soprü e Indxxr.

O evento acontece no espaço Ahãdu, em Palmas, sendo realizado pela produtora Árvore Seca. A palavra Ahãdu significa Lua no dialeto Karajá, os proprietários do local do evento resolveram batizar o espaço com esse nome para homenagear os povos que antes habitavam a região, além de simbolizar as diferentes formas de celebrar a vida.

De certo modo, o espírito do Festival Bem Ali também assume esse propósito, começando pela curadoria do evento, que montou uma edição com bandas em evidência no cenário local com outros nomes em ascensão dentro do rock alternativo e respeitando os respectivos cenários de cada uma delas. “A proposta é mostrar, de forma inovadora, o que há de mais expressivo no cenário palmense e brasileiro”, reforça a produtora Árvore Seca.

Cartaz do festival realizado pelo artista Wendell Araújo.

Para comprar ingressos para o Festival Bem Ali basta acessar o endereço: https://www.bemali.arvoreseca.com.br/

Um evento desse porte, com diferentes bandas, conta com o apoio e patrocínio de diversas empresas que também participam dessa 6º edição do festival. São elas a cervejaria Astúria, Helcci, headshop e tabacaria Aloha, hamburgueria Köwa, 103 hotel e flats, agência Public, Intercon comunicação visual, Círculo Filmes, gráfica Impri Mix, WR Gráfica & Editora e Sidetrack magazine.

AS ATRAÇÕES – Como um dos headliners, a brasiliense Joe Silhueta faz uma fusão original de ritmos e tradições musicais brasileiras com elementos da cultura pop internacional, no que se convenciona folk-psicodélico com nunces tropicalistas. Tem passagem por grandes palcos do Brasil, como Psicodália, Morrostock, Cena Cerrado, Porão do Rock, SIM SP, entre outros.

O Molho Negro é outra força do rock alternativo, sendo um dos principais nomes do cenário nacional. É rock visceral, direto do Pará, com passagens pelo Lollapalooza Brasil e banda de abertura da turnê do The Oh Sees pelo país, em 2017.

O rock psicodélico marca presença nesta sexta edição com o Stolen Byrds, nome recorrente e sempre em evidência do gênero, dos locais Wizened Tree, que divulga o elogiado EP de estreia (via Abraxas Records) e mais uma banda de Brasília, o Almirante Shiva, com sua psicodelia em diversas camadas e estéticas.

Joe Silhueta é um coletivo musical de Brasília (DF) e será um dos headliners do Festival Bem Ali. Foto: divulgação

A jovem banda goiana Desert Crows traz seu stoner rock, presente no disco de estreia Age Of Despair (Monstro Discos), um dos mais elogiados do gênero em 2019. Tem ainda o ousado punk experimental da Big Marias, o indie rock – que até flerta com MPB – da Soprü e tem espaço até para o trap, com o grupo local Indxxr.

Além de fomentar a cultura, o festival também é uma oportunidade de trabalho. Neste ano, foram contratadas 40 pessoas que irão atuar em diferentes áreas no evento, dividas entre bar, bilheteria, caixa, entre outros. A arte do cartaz foi realizada pelo Wendell Araújo, conhecido por outros trabalhos nesse sentido, que incluem eventos e bandas como o Ratos de Porão.

Para saber um pouco sobre o trabalho da Árvore Seca, conversamos com um dos produtores, o Fábio Henrique. Confira essa entrevista abaixo.

NADA POP ENTREVISTA FÁBIO HENRIQUE, PRODUTOR DA ÁRVORE SECA

O festival está em sua sexta edição e, em comparação com primeiro evento, como vocês avaliam a evolução do festival e sua importância hoje para o Norte do país?

Produtora Árvore Seca

FÁBIO – Sinceramente vai ser difícil descrever em palavras o crescimento do festival ao longo das edições. O primeiro festival foi aberto, em praça pública, com uma tenda, um palco feito com tabua pregada na hora e um tecido “sapena-negrinho” em cima pra dar um “tcham”. O bar ficava junto com a praça de alimentação (um forninho de uma boca fritando batata-frita) em outra tenda, e foi isso.

O foco ali naquele momento era total nas bandas locais, o que importava era o momento, era sair daquele estado vegetativo, funcionou! Quatro anos depois temos um festival com cerveja oficial, praça de alimentação com opções variadas, flash tattoo, apresentações circenses, grafitti ao vivo, várias bandas de fora do estado, entre outras coisas.

O festival, que antes atingia alguns bairros, hoje ecoa em diversos estados! A cena acordou, cresceu e está amadurecendo junto com o festival e a produtora, foi como se as pessoas ficassem esperançosas de novo, isso é motivo de muito orgulho. Hoje, o festival referência no Norte do país é sem dúvida alguma o Se Rasgum e, mirando nele e nos vizinhos do centro-oeste, seguimos planejando um Bem Ali que sonha alto.

Fale sobre o trabalho da produtora Árvore Seca. Desde a sua origem, experiências individuais de seus fundadores e como vocês procuram trabalhar diariamente para proporcionar a realização desse festival.

FÁBIO – A produtora começou da forma mais natural possível, amigos se reuniram para fazer o movimento, foi dando certo, quando a gente viu já era! Estávamos completamente envolvidos, todo mundo fazia e faz um pouco de tudo, com o tempo passando fomos amadurecendo em determinadas funções dentro do grupo, podemos dizer que fomos “profissionalizando” nosso trabalho com o tempo. Montamos um escritório, que pouco tempo depois expandiu para uma casa de eventos com estúdio! Algumas pessoas entraram/saíram ao longo dos anos, mas a produtora nunca deixou de existir e crescer!

Fábio Henrique, da Árvore Seca, produtora responsável pelo Festival Bem Ali. Foto: divulgação

Como vocês buscam incentivar a participação do público indo aos shows e das bandas, claro, no interesse na participação do evento? A cultura em nosso país tem sido cada vez mais atacada, o que move hoje um evento como o Festival Bem Ali?

FÁBIO – Tentamos pensar sempre que cada produto que oferecemos é algo novo, desde a divulgação, até o local, nenhum evento na Casa da Árvore é igual, prezamos pela qualidade nos nossos matérias de divulgação, com uma identidade visual bem definida, que busca conversar com o público. Cada atração é divulgada como se fosse o show/evento do ano, vivemos em uma época que o público recebe muita informação diária, visualiza várias imagens por dia, oferecer mais do mesmo não funciona mais. O público precisa sentir que você se importa com ele, que cada detalhe ali foi muito bem pensado.

Sobre o que motiva a gente a continuar o Festival Bem Ali? Toda vez que começamos um evento, qualquer que seja, sentimos aquele frio na barriga, aquela tensão de costume e, no final do evento, com a equipe reunida, já estamos falando do próximo evento, aquilo que acabou de acontecer não pode parar. Essa sensação quando falamos de Bem Ali é potencializada de uma forma que é inexplicável, sempre que um Bem Ali acaba o sentimento de dever cumprido vem, mas o desejo de fazer mais vem junto!

Ver famílias, crianças, jovens, adultos… Ver todas essas pessoas envolvidas com algum tipo de arte, pessoas boquiabertas com um show, artistas em êxtase no palco, a cultura se propagando das mais diversas formas possíveis, ver tudo isso se materializando é, sem dúvida alguma, revigorante.

6ª edição do Festival Bem Ali

Evento: https://bit.ly/2MBTUEv
Data: 19 de outubro de 2019
Horário: 18h (abertura da casa); 18h30 (início dos shows)
Local: Ahadu Eventos
Endereço: Quadra 110 Norte Alameda 5, 13 – Plano Diretor Norte, Palmas – TO
Classificação etária: 14 anos
Ingresso: https://bit.ly/33krR34

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