Punk, hardcore e alternativo

Karen, da Violet Soda - Foto: Fernando Yokota
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Escuta as mina #3 – Mini entrevista com a Karen Dió, do Violet Soda

Quando Karen Dió começou a compor músicas com Murilo Benites (Corona Kings), a intenção era que ele pudesse ajudar no seu EP solo, mas a parceria deu tão certo que eles decidiram fundar uma banda e ali surgiu o Violet Soda, um “super grupo” que, além da Karen e Murilo, conta atualmente com Andrea Dea (Sugar Kane/Vespas Mandarinas/Supercombo) na bateria e Tuti Camargo (Medulla) no baixo.

Em junho de 2018, a banda disponibilizou o EP “Here We Go Again”, gravou um clipe na Avenida Paulista (SP) para a música “Coffee” e, no mesmo ano, disponibilizou outro EP, o “Tangerine”, com mais quatro músicas. Uma dessas músicas é “Candyman”, que também ganhou videoclipe que remete à estética anos 1990. Aliás, os anos 90 também estão presente na sonoridade da banda, tanto que esse foi o ponto de partida para a ideia que trocamos com a Karen. Confira abaixo.

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A banda traz muito da sonoridade do grunge e dos anos 90. Quais são as suas grandes influências na hora de compor as músicas?

KAREN: Não há uma pessoa ou banda, artista, gênero que me influencia diretamente na hora de compor. O que determina a composição é o momento que estou vivendo. Conflitos pessoais, estado emocional, situações do dia a dia… Eu não me prendo em nenhuma temática e nem na forma que vou escrever. Uma letra pode soar boba, outra mais cabeça ou mais sensual. Deixo a música livre para ser o que tem que ser.

O Violet surgiu há um ano e vocês comemoraram na Paulista, local do clipe de “Coffee”. Como foi o show e quais os planos para o futuro agora que a banda completou um ano de vida?

KAREN: Foi Incrível! Eu sempre tive vontade de voltar lá (na Paulista) com a banda, onde tudo começou. É emocionante ver como a música conecta as pessoas e como são diversas as oportunidades quando se está em um lugar público. Pessoas de Santos que eu não via há anos estavam passeando na Paulista e me viram tocar, fãs que nunca tiveram a chance de ver um show nosso conseguiram ir e pessoas que nunca tinham ouvido falar na gente se identificaram com o nosso som e agora nos seguem nas redes. Lançamos um novo clipe esse mês, da música “Tangerine”, e daqui uns meses começamos a trabalhar com as músicas novas. Nesse segundo semestre tem álbum novo.

Sobre o álbum novo, há algo que já pode ser divulgado?

KAREN: Na verdade, não tem nada certo sobre o CD. Apenas que ele sairá esse ano e é em inglês.

Além do Violet, você tem um projeto chamado Hit Rock Billy Pops, certo? Conta mais um pouco sobre o projeto. 

KAREN: Hit Rock é um projeto paralelo comandado pelo Chuck Hipolitho. Nele toco com músicos incríveis: Cyz Mendes, Guilherme Almeida, Rafael Mimi e Lucas Melim. É uma banda pra se divertir tocando músicas entre os anos 95-05 e, se der, levantar um “dimdim”. Como vocês sabem, não é fácil ser músico no Brasil.

E como foi o seu começo na música? Sempre achou que teria uma banda ou pensou em fazer algo diferente, não voltado à música?

KAREN: Eu sempre tive pé na música, a minha vida toda. Acho que eu tive sorte de descobrir meu amor por isso tão cedo. Desde pequena fiz coral, aulas de piano, mas realmente me dedico desde os 13 anos. Eu sempre quis cantar e tocar, independentemente de estar em uma banda ou não. Nunca pensei em fazer nada diferente disso.

Você acredita que o espaço para o “rock feminino” tem aumentado atualmente no mundo e, mais especificamente, no Brasil? Ou ainda falta espaço?

KAREN: Na minha opinião não existe “rock feminino”, existe apenas rock. Mulheres sempre estiveram presentes e estarão cada vez mais. Acredito que, com mais discussões sobre feminismo nos últimos tempos, a gente pode ver uma mudança de comportamento, mesmo que lenta ou até mesmo distorcida, mas as pessoas se questionam mais. E quando nós colocamos a dúvida, eu vejo um grande avanço. Com relação ao espaço, existe, mas poderiam colocar mais bandas com mulheres ou artistas em determinados eventos ou festivais, mas se isso não acontece a gente sempre se junta e inventa.

Mulheres lidam com questões de gênero em todas as áreas em que trabalham. Você chegou a sentir os efeitos do machismo no rock? Como você vê esse comportamento na cena hoje?

KAREN: Já sim, inúmeras vezes. No começo, quando bem nova, o machismo estava tão enraizado em mim mesma que eu nem percebia que a pessoa estava sendo machista comigo. Ele existe e vai continuar existindo enquanto as pessoas acobertarem as atitudes e isso não estiver na nossa educação. Com relação à cena, principalmente o hardcore, que é uma cena que tocamos muito, tenho visto uma melhora. Bandas com mulheres em festivais, equipes com mulheres produzindo. É um processo longo, mas que está acontecendo!

O que é, pra você, ser uma mulher que lidera uma banda?

KAREN: Pra mim é normal, porque eu sempre assumi esse papel na vida, de ter o controle das coisas. Desde tomar a frente no trabalho da escola, até seguir uma carreira solo. Na banda não tem essa de ser uma mulher liderando, eu sou apenas alguém que representa a banda e consequentemente sou mulher.

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