Punk, hardcore e alternativo

The Fingerprints - Foto por Roberto Gasparro
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May D., a fúria feminina do The Fingerprints

A banda já existe há algum tempo, mas só há cinco meses resolveram se organizar e fazer essa porra direito (se é que existe certo ou errado quando o assunto é punk rock). Com uma frontwoman, a May D., os The Fingerprints parecem ter surgido direto dos anos 90, misturando tudo o que foi bom desse período. Num primeiro momento, será possível lembrar da banda Hole e sua vocalista Courtney Love (principalmente no vocal), mas sem dúvida há claras diferenças, primeiro porque a May sabe tocar guitarra (sério, ninguém pode tocar pior do que isso aqui). Segundo, apesar da fúria da vocal, há uma sensação de urgência e angústia genuínas que te sugam para um clima de depressão eufórica, ou seja, aquela sensação de que “tudo é uma merda, tudo está uma bosta, então vou beber e que se fodam vocês ou que a gente se foda juntos”, pelo menos. Mas não acredite em mim, ouça e decida por você mesmo. A banda disponibilizou no Bandcamp a gravação de um show realizado no Aleluia Fest, no dia 26 de outubro. Ouça aí.

Conversando com a May descobri que o nome da banda é inspirado no trabalho que ela, o batera e o baixista da banda já tiveram com silk-screen, e que se sujar era algo bem comum, e “saudável” como a própria May diz. Algumas camisetas acabavam saindo com as marcas de dedo, no caso, as Fingerprints. E eu que pensei que era baseado no filme de mesmo nome e que no Brasil ganhou o título de “Almas Condenadas” (ficou curioso? Trata-se desse filme aqui http://www.imdb.com/title/tt0790662/).

Para saber mais sobre a banda conversamos com a May D., o papo você confere abaixo. Se liguem nos shows que a banda realizará nos próximos dias, neste sábado (15) eles tocam no Soul Art, na Bela Vista, e no dia 21 de novembro no projeto Noise Free, ambos em São Paulo.

The-Fingerprints-web

NADA POP – May, conta como surgiu a banda e apresenta a banda para quem não conhece vocês.

MAY D. – A banda surgiu em 2006, mas sempre na brincadeira, na época era só eu tocando guitarra e vocal, o Tales, no baixo, e o Daniel, na bateria, pra se divertir mesmo, tocar em festas de amigos, de vez em nunca, coisa de no máximo dois ensaios por ano, sempre foi assim! Nem tínhamos nome definido nessa época e toda vez que decidíamos que era a hora de engatar e levar a banda a sério, acontecia algo.

Até que no final de maio desse ano, com outra festa marcada na casa de amigos, a gente resolveu mandar! Levar a sério, ensaiar pra caralho e finalmente criar nossos sons autorais (a gente já tinha, mas acabou descartando os antigos porque a esquecemos como toca mesmo haha), o negócio foi rolando legal, a gente ficou mega empolgado! E o que rolou o grande impulso na banda foi que, nessa festa (era a festa de Aniversário do Breno, o guitarrista), filmaram a gente tocando, ainda power trio, tava legal, uma energia boa no vídeo, postei no Facebook, sem compromisso algum! O Nick, do Fistt, viu o vídeo e curtiu pra caralho, falou que iria comemorar os 20 anos do Fistt no hangar e que ainda faltava uma banda, chamando a gente pra tocar! Lógico que a gente topou! Que banda não quer um dos seus primeiros shows não seja no consagrado Hangar 110?

Nisso a gente começou a pegar pesado nos ensaios e nas composições e decidimos que chamar um outro guitarrista daria mais peso pras músicas, chamamos o Felipe Gasnier, e vimos que realmente outra guitarra fazia uma puta diferença! Infelizmente não deu pra ele continuar tocando com a gente por conta de horários e falta de tempo, e foi ai que convidamos o Breno, nosso amigo de “milianos” para entrar na banda, ele tinha as mesmas influências que a gente e no fim casou perfeitamente! Agora a formação oficial da banda sou eu, nos vocais e guitarra, Breno, como o melhor guitarrista haha, Daniel (Nego porra!), como batera, e Tales, el rato, no baixo. Somos do Grande ABC.

SoulArt Live – Penhasco, The Fingerprints, Muff Burn Grace e Sky Down no dia 15/11

NADA POP – É possível notar uma influência grande de grunge no som de vocês e, não sei se alguém já disse isso, mas o seu vocal me lembrou um pouco o L7. Isso foi um elogio?

MAY D. – Nosso som ainda é indefinido pra mim! Sempre que me perguntam “que estilo vocês tocam?” eu ainda tenho dúvidas na hora de responder. Cada um na banda tem uma influência, que sempre acaba desaguando no punk rock e grunge mesmo. Muitas pessoas em shows compararam o meu vocal ao da Courtney Love e da Brody Dalle, por ser bem rasgado e tudo mais, o que pra mim é uma puta honra! Se eu de fato consigo cantar assim, nossa senhora, tô no céu! haha com o L7 você foi a primeira pessoa a comparar o que me deixou MUITO feliz, elogio é pouco! L7, Hole, Bikini Kill são uma das bandas que mais me influenciam na hora de compor as minhas músicas e não sei se positivamente ou negativamente, eu não sei cantar, por isso grito, rasgo muito, já ouvi críticas pesadas sobre meu vocal, uma vez me falaram que não tinha brilho! Então quando alguém chega e me compara a essas grandes divas, eu fico até sem palavras!

NADA POP – Quando vocês irão lançar um álbum ou EP? Tem previsão ou o que podem adiantar sobre isso?

MAY D. – Estamos nas etapas finais da gravação do nosso primeiro EP, estamos planejando lançar primeiramente um single, que irá virar o primeiro videoclipe da banda e logo em seguida lançar o EP mesmo, finalizando, com cinco músicas que serão “A/C”, “Drama King”, “Backwards”, “Loser” e “Obsession” (que será a do clipe).

A previsão é até Março de 2015, queremos fazer tour de lançamento (ei leitores, selos e casas, chamem a gente!) para que se torne algo legal mesmo! Tudo que posso dizer é que as músicas estão boas pra caralho, e o Thiago, do Studio (São Bernardo do Campo) tá dando uma puta força!

NADA POP – Para quem não entende porra nenhuma de inglês, do que vocês falam nas letras da banda?

May D. – Nossa, essa é uma pergunta bem difícil! haha – Eu mesma que escrevo as letras, basicamente elas são sobre as minhas frustrações, parece meio frescura isso, me sinto até um pouco emocore haha, mas se é isso que me inspira, fazer o que? Tem que tirar um bom proveito! Por isso as músicas têm tanto peso, por que tem um background e esse mesmo que me dá tanta energia na hora de tocar ao vivo.

NADA POP – Como estão os shows de vocês, estão tocando direto? E o público, tem sido presente ou vocês percebem uma falta de a participação nesse sentido?

MAY D. – A banda, oficialmente, só tem cinco meses, praticamente um bebê! Por termos tão pouco tempo de “estrada” estamos tocando direto sim (ainda bem!). Desde o início de outubro tivemos folga de apenas um fim de semana sem show, por ainda não termos nada gravado, torna bem mais difícil conquistar um público novo! O que nós salva são os nossos vídeos de shows do YouTube, enquanto o EP não sai!

Antes de voltar com a banda, eu acreditava que a cena tinha acabado por inteira, pensava “ter banda pra que? Tocar aonde? Quem vai?”, e isso me desmotivava muito! Até que, voltando a tocar, eu percebi algo completamente diferente, todo mundo está tentando, muitas bandas novas começando, muitas casas recebendo essas bandas e, claro, sempre os amigos para nos colocar pra cima e ir em shows! Felizmente, a cada show que tocamos mais pessoas acabam conhecendo o nosso som, vêm conversar com a gente, acaba virando brother e acaba vindo nos outros shows! Não consigo chamar essas pessoas de público, pois acaba criando um laço de amizade que eu acho sensacional!

Noise Free – The Fingerprints e Frogslake (RJ) no dia 21/11

NADA POP – Vocês são do grande ABC e pelo visto a cena independente está aquecida por aí, isso mesmo? Quais lugares e bandas que vocês podem falar a respeito da região e que vocês recomendam.

MAY D – Sempre saíram ótimas bandas aqui do Grande ABC, temos todos os estilos possíveis, temos bandas fudidas de hardcore, crossover, punk rock e grunge, o Sky Down é nossa banda parceira número um, nosso primeiro show foi com os caras e nós dividimos o mesmo baixista, então é puro amor! Outra banda que é sensacional, me impressionou muito e eu conheci há pouco tempo é o Muff Burn Grace, mesmas influências que a gente, som bem rock’n’roll, show do caralho! Quer conhecer bandas novas do ABC? Eu indicaria com certeza essas duas de olhos fechados! Quanto a lugares pra tocar, eu permaneço em eterno luto depois que o Volkana fechou hahahaha, foi lá que eu cresci! Haha – Enfim, temos ótimas casas aqui que estão abrindo suas portas de coração para as bandas novas, apoiando bem o underground, entre elas vale mencionar o 74 Club, ainda não tocamos lá, estamos com show marcado em breve, mas o ambiente é do caralho, acústica boa e é sempre agradável ver bandas tocando por lá! Outra casa que tá bem legal agora, ainda mais depois da reforma, é o Cidadão do Mundo, em São Caetano, tocamos lá recentemente, dividindo palco com o Jesus Macaco.

NADA POP – Para encerrar, a vida é uma merda mesmo? (Se você, leitor, não entendeu a pergunta basta assistir o vídeo acima)

MAY D. – HAHAHAHAHAHAHA…. sim, a vida é uma merda! Se não tá uma merda pra você ainda, prepare-se porque vai virar! hahahahah

Para saber mais e acompanhar a banda pelas redes sociais basta clicar AQUI e curtir a página do The Fingerprints no Facebook.

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3 respostas

  1. A May parece má, mas é puro amorzinho. Exemplo de humildade! <3
    Nóiz Bro!
    Fingerprints foda pra caralho, showzão, puta som.
    O Underground vive.

  2. FODAÇO o VOCAL!!!!!!!!!!

    Aliás… eu AMO o L7 tbm.
    Banda com vocal feminino, tem que esgoelar mesmo.

    Sensacional!
    Precisamos tocar juntos.

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