Punk, hardcore e alternativo

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Entrevista Frogslake – Especial Noise Free

Introdução por Mariângela Carvalho, organizadora do projeto Noise Free.

A vinda do Frogslake, que é baseado no RJ, vem reforçar uma das ideias da Noise Free, que é ser uma oportunidade para bandas que são de outros lugares (que não SP, capital). Eles estão interessados e acompanhando o evento desde o início, e curtiram o formato. Eu achei que a sonoridade deles ficaria legal na festa. A banda usa bastante base de alternativo, anos 90 puro, e tem uma linguagem bem universal quanto à musicalidade – quero dizer, quem gosta de rock direto, vai simpatizar com o que eles fazem.

Acho que o show vai ser bem executado, sei que eles têm ensaiado com frequência, e uma novidade para o público.

Além disso, o Frogslake conta com uma baixista, a Alessandra, e, desde o começo da ideia da Noise Free, existia a vontade de fazer alguma noite com garotas expoentes. Já tivemos algumas garotas no palco, mas desta vez é mais especial porque serão duas bandas com figuras femininas. O The Fingerprints tem a May D., que é voz e guitarra, e que curtem as mesmas inspirações.

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Se você não conhece o Noise Free, saiba que o mesmo acontece toda sexta-feira na Associação Cecília, localizada na Rua Vitorino Carmilo, 449 – no bairro Santa Cecília. Com entrada a R$ 5 reais, você confere duas bandas no formato acústico, bebe uma cerveja e conhece muita gente legal. Vá!

Entrevistamos a banda Frogslake, que virá do Rio de Janeiro pra cá. Abaixo as informações da banda, origem, influências e o motivo para você participar dos shows na próxima sexta.

ENTREVISTA FROGSLAKE 

NADA POP – Thurston Moore, da banda Sonic Youth, citou o trabalho de vocês durante um show dele no Rio de Janeiro. Acredito que tenha sido algo incrível para a banda, mas como surgiu esse contato? Como ele soube de vocês? Outra coisa, o que significou para a banda em relação a oportunidades e shows?

FROGSLAKE – Sim, foi algo fantástico! Mais cedo naquele dia, havíamos entregado o nosso CD a uma pessoa da produção e quando vimos o Thurston no palco com o material em mãos, brincando com os significados da capa e incluindo o nome da banda em uma de suas canções… Foi uma honra. Esse episódio possibilitou levar o nosso som a um número maior de pessoas e uma certa visibilidade. Quem quiser assistir o Thurston Moore apresentando o cd da Frogslake é só clicar AQUI.

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Banda Frogslake

NADA POP – Contem sobre a origem da banda, lugar e ano de origem, como se conheceram e um pouco sobre influências, nome de cada integrante e suas respectivas funções na banda.

FROGSLAKE – A Frogslake surgiu em 2005, após o hiato da banda Silverttape, na qual tocavam China e Alessandra. A banda veio com uma proposta diferente de som, sem perder a essência do alternativo. A banda passou por várias reformulações até chegar a formação de power trio que durou de 2008-2013. O guitarrista Pletz teve uma rápida passagem entre os anos de 2006-2007, retornando em 2013. O mais novo integrante é o batera, Eduardo, que chegou com um gás total completando o time. Nos conhecemos do meio musical mesmo, frequentando shows locais. A banda é influenciada por sons da década de 90, como o Nirvana, Smashing Pumpkings e Silverchair. Não paramos no tempo, ouvimos desde Beatles e Black Sabbath à Muse e Arctic Monkeys. Ouvimos muitas coisas de várias vertentes do rock, o que nos possibilita uma base mais diversificada para criação dos nossos arranjos. E não poderíamos deixar de falar da grande influência que o Sonic Youth tem em nosso processo de composição, uma banda de rock alternativo norte-americana, formada no ano de 1981, que consegue misturar elementos de noise e post-punk em experimentações melódicas.

China – vocal e guitarra
Alessandra – baixo
Pletz – guitarra
Eduardo – bateria

noise_freeNADA POP – A banda nasceu em 2005, certo? Mas o primeiro trabalho foi lançado apenas em 2011, um EP intitulado de “Inside my Mind”. Falem sobre este trabalho, qual foi o tempo de gravação até o lançamento dele, além da importância do tempo para maturidade musical de uma banda.

FROGSLAKE – Nos primeiros anos, muitos integrantes entraram e saíram e finalmente quando firmamos em uma então formação de power trio, começamos a nos dedicar mais as nossas músicas próprias. É difícil conciliar o tempo para trabalho, banda, estudos enfim. O cd foi produzido em três meses. Durante o período entre a criação das músicas até a fase de gravação, a banda ficou mais coesa, gerou um entrosamento que facilitou trabalhar em detalhes das composições. Temos muito material gravado em formato “overall”, no total de 35 músicas, e este EP foi a primeira oportunidade que tivemos para parar e registrar algumas das músicas que temos em nosso acervo. No final, valeu a pena. Gostamos muito do resultado. Deste trabalho já saíram faixas selecionadas para inclusão em projetos de compilação musical independente, bem como proposta de gravadoras.

NADA POP – Um novo trabalho também está em andamento, qual a previsão de lançamento e o que podem falar sobre ele?

FROGSLAKE – O próximo EP será intitulado “Can I Do it?”, que será composto de cinco faixas, sendo uma delas a faixa título. Este trabalho apresentará uma proposta um pouco diferente do Inside My Mind, contará com um som mais forte e pesado e, ao mesmo tempo com um despejo de efeitos e melodias deixando bem transparente o som dos anos 90, que é marcante na banda. Este novo álbum está com a sua produção bem atrasada em função da recente troca de integrante na banda. Entraremos em estúdio a partir de janeiro do ano que vem e a previsão de lançamento é até o final do primeiro trimestre de 2015.

NADA POP – Vocês participaram de concursos de bandas, que promovem votação do público para escolher determinado grupo que irá “ter a sorte” de participar de festivais com bandas do mainstream. Como banda, vocês acreditam que esse tipo de “concurso” não serve mais para promover o festival do que as bandas em si? Acreditam que o mesmo pode ser relevante de alguma forma para as bandas?

FROGSLAKE – Em nossa opinião, certos festivais, sim, servem mais para se auto promoverem, pois com cada banda fazendo propaganda para “adquirir votos” irá atingir um número maior de pessoas nas redes sociais. Sem contar que muitas vezes as bandas já estão “selecionadas” antes mesmo do início das votações, utilizando assim as outras bandas para fazer um marketing gratuito do evento. Mas em outras vezes, é uma oportunidade que a banda tem para adquirir visibilidade tendo em vista a quantidade de público envolvido nesses festivais. Isto depende diretamente da veracidade e seriedade da produção do evento. Recentemente fomos selecionados para participar de um desses festivais, porém nos negamos a participar pela falta de organização do mesmo, que só se preocupa em divulgar sua marca e não em apoiar a cena independente.

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NADA POP – Como é o cenário independente do Rio de Janeiro, o público frequenta os shows, e os espaços para essas bandas, existem? Podem citar alguns? Além dos espaços, quais outras bandas vocês podem citar do RJ?

O Rio de Janeiro passa por transformações frequentemente. Já houve um período de “boom” com muita oferta de lugares para tocar, com um público assíduo. Mas também já experimentou períodos de escassez. Olhando para o presente/futuro o cenário é promissor, pois voltaram a investir em espaços para quem faz um som autoral e o público está buscando novidades. Atualmente, a Frogslake também está colaborando para engrenar este cenário, através da produção de evento Yeah Yeah Night, que é realizado no Metallica Pub, – que na nossa opinião, é um dos principais espaços undergrounds do Rio de Janeiro. Estamos buscando, com este evento, dar a oportunidade para bandas independentes apresentarem seus trabalhos. Em sua primeira edição, o evento contou com a apresentação das bandas Milhouse e Monster Trio, além da Frogslake como anfitriã. Quem sempre esteve presente, sem deixar a peteca cair, é a galera do Feira Moderna Zine, que promove eventos de qualidade, unindo bandas e fazendo um belo trabalho de divulgação através de mídias diversas.

NADA POP – Em uma palavra (se preferirem pode ser uma frase), como resumir a experiência de um show do Frogslake?

Identidade própria, marcante, empolgante e singular.

“Esbanjando influências de Nirvana, Mudhoney, Sonic Youth e outras da mesma época a banda gonçalense Frogslake fez, na opinião deste que vos escreve, um dos melhores shows de todas as edições do evento. Sons próprios, guitarra suja (no bom sentido) e arranjos viajantes! Muito bacana!” .

Depoimento de Rafael A. – Produtor / Feira Moderna Zine
Postado em http://www.feiramodernazine.com/search?q=frogslake

NADA POP – Para encerrar, vocês já estiveram em SP antes (acredito que sim)? Qual a expectativa para o show acústico

Sim, já nos apresentamos algumas vezes em Sampa e é sempre muito bom. Este show será especial, pois em formato acústico será a primeira vez. Preparamos um repertório exclusivo no qual contará com uma releitura de nossas músicas, que serão executadas com uma nova roupagem, novos arranjos, algumas faixas que serão laçadas no próximo álbum e também uma faixa inédita (Bitter Kiss). Estamos ansiosos para a estreia!!!

FROGSLAKE

Site: http://www.frogslake.com/
Youtube: http://migre.me/mXDrv
Soundcloud: https://soundcloud.com/frogslake

SERVIÇO

Projeto Noise Free
The Fingerprints + Frogslake
Quando: dia 21/11
Horário: a partir das 19h
Entrada: R$ 5
Local: Associação Santa Cecília – Rua Vitorino Camilo, 449

Para confirmar sua presença na página do evento acesse: http://migre.me/mXDG8

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