No espírito do capitalismo contemporâneo você pode ser como a morfética Betina e ter 4 milhões de reais aos 24 anos de idade… …mas isso não é o suficiente. Michelzinho, filho de Temer, também Michel, acumula com apenas 7 anos em seu patrimônio um canal do youtube e edifícios no valor de 2 milhões de reais no bairro do Itaim Bibi, São Paulo – capetal, a terra do capeta.
Mái friendi, isso ainda não é o suficiente… …você pode ser coach, dono de uma startup de “impacto social” onde todos funcionários possuem impecáveis dentes brancos, plano de saúde, roupas coloridas, almoça na Vila Madalena, na sexta trabalha só até as 15:00 e no happy hour cheira cocaína querendo fazer o bem para população da periferia! Mas votou no Amoedo.
Você pode ser tudo isso?
Pode.
Mas você pode mais!
Você pode montar uma banda e acabar com algumas canções icônicas do rock… …e isso marca muito mais profundamente a vida das pessoas… …veja só, abaixo cito alguns casos:
1 – A finada, mas ainda ativa, banda Nenhum de Nós teve a petulância de fazer uma versão (bastante conhecida aliás) de Starman do David Bowie. Pra quê? Vou perguntar de novo, PRA QUÊ chamar o Starman de “Astronauta de mármore”. Agora toda vez que ouço Starman, na minha cabeça vem o refrão “…sempre estar lááááááá…”. Se mata mano, isso não desgruda, só na próxima encarnação.
2 – A ainda em atividade, mas que deveria já estar finada, banda Capital Inicial, cujo vocalista é o Dinho “Peter Pan” Ouro Preto, fez uma lamentável versão de The Passenger do Iggy Pop. O instrumental até que não é tão ruim, mas a letra/voz, meu amigo… …é de lascar! É daquelas que quando começa a versão do Iggy Pop algum jovem acha que é Capital Inicial, e já canta os tchap-tchura-tchap-tchura do Dinho… …perdoai-vos, eles não sabem, ainda, o que fazem!
Breve interlúdio: será que no futuro teremos versões de músicas do MC Gui, alguém dizendo que a nova roupagem que fizeram da canção “Ela quer”, não tem a delicadeza e textura que o funkeiro depositou na canção original. Teremos versões samba-rock de músicas do Seo Jorge, que já são samba-rock, portanto será a mesma coisa, mas ainda assim os músicos da banda vão declarar que se trata de uma “nova roupagem”.
Vou continuar com os Momentos não tão gloriosos assim da música, dita popular, brasileira na próxima crônica, tem muita gente pra falar ainda… …será que teremos nova roupagem de músicas do Roupa Nova?
Meu Zeus, a que ponto chegamos…