Punk, hardcore e alternativo

Por Rafael Moralez
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Feira Dependente de Publicações, a FDP veio para ficar!

Você é aquilo que come. Assim diz o velho deitado!

Se a cultura é o alimento da alma, podemos considerar que você é aquilo que ouvê, lê, assiste e participa.

Tá, pedir para participar é pedir demais! Que nabsurdo (nabo+absurdo) pedir para as pessoas frequentarem o show da banda independente do seu amigo e comprar uma camiseta por 30 conto… …mas vamolá, ser público já é uma boa postura nesses dias sombrios que vivemos.

Percebo que de tempos em tempos aparece alguma expressão que a massa abraça sem perguntar o porque daquilo estar onipresente em tudo que é canto. Na década de 90 tivemos o Paulo Coelho, ele foi uma febre mundial, seus livros ficaram meses em primeiro lugar na lista de mais vendidos. Nunca li, para mim era só uma vidraça que eu atirava pedras quando erguia o dedo intelectualizado que todo sujeito as duas da manhã, com um copo na mão, tem na mesa do boteco.

Depois veio o Romero Brito, esse foi fácil! Bater nele era igual vender cerveja no carnaval. Ele é colorido, ele é brasileiro, ele vive nos Estábulos Unidos, ele deu um quadro para o Collor e recentemente um para o Dória… …tá bom já né!

A cultura de massa é massa (tenho 46 anos e me permito trocadilhos de tiozão!). Ela é necessária, taí o Kondzilla botando pra quebrar com a estética do funk. Essas manifestações são fundamentais para proporcionar coesão a essa coisa que tentamos chamar de sociedade, mas que dependendo do ponto de vista tá mais para barbárie (porque não nos revoltamos como o Chile?).

Nunca tive interesse por aquilo que todos estavam ouviundo, vendo, lendo ou usando. Talvez por tentar ter algum tipo de distinção e encontrar um pensar próprio. Na época em que o Nirvana era sucesso absoluto me recusei a ouvir o Nevermind, o que era impossível porque tocava em TODOS os lugares. Fui ouvir o álbum inteiro em 2018, por conta da versão que a banda Macaco Bong fez. Ouvi primeiro o “Deixa quieto” do Macaco Bong e só depois o Nevermind do Nirvana. Prefiro o Macaco Bong com todo respeito à horda que adora o Kurt, que Jah o tenha.

Talvez ler o best seller, ouvir o sucesso do verão e vestir a camiseta com a estampa do Romero Brito seja necessário para gerar sentido de pertencimento para uma grande parcela da sociedade, que não tem interesse na banda finlandesa de death metal que lançou uma demo com 3 músicas de 10 segundos cada, e que só eu tenho a fita demo.

Talvez eu devesse ouvir mais Kondzilla e deixar de ser ranheta com o que toca na Jovem Pan.

Talvez todos nós estamos num BBB-Instagram-Walking Dead-reverso, em que o estado de torpor zumbi acontece justamente acordado, vivendo para trabalhar e consumir a cultura mais mastigada e de massa possível.

Vou criar um evento chamado Feira Dependente de Publicações, a sigla vai ser FDP, claro, não poderia ser outra! Só venderei revistas e zines patrocinados pela TFP, Maçonaria e empresas como a Havan… …vai ser sucesso, vai ser gold, vai ser pépis, vai ser algo que nenhum evento no MIS conseguirá superar!

Vocês já sabem qual vai ser a música do próximo carnaval?

Vocês lembram do hit do carnaval do ano passado?

E o Chile?

Vamos pra rua ou não?

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