Punk, hardcore e alternativo

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Crônica ~ Toc, toc, toc, toc, toc…, por Rafael Moralez

No show de reggae havia um cidadão que não era parte da banda, não cantava, não dançava, não batia palma, tampouco era da produção do evento. Mas a cada 10 minutos ele ia até o microfone e independente do que estava acontecendo gritava a palavra “SINSEMILLA”, nesse momento todos paravam o que estavam fazendo o saudavam, isso se repetiu pelos 50 minutos que consegui ficar diante do palco. Me senti um bravo, um nobre, saindo de lá gritei bem alto em direção ao público, “SINSEMILLA”, nada aconteceu.

Em uma roda de samba na Vila “Madá” Madalena, aquele ambiente cheio de gente mostrando os dentes, o sambista-mór, o mestre dos magos do violão de 7 cordas, o Mun-Há da malemolência parou o samba e começou a declamar uma poesia chata pacas. Tive um acesso de riso por conta de uma piada que tinha acabado de ouvir. O bar todo olhava em minha direção com reprovação… …e eu ria, descontroladamente feliz, como se estivesse em uma roda de samba!

Na padaria as velinhas de aniversário à venda estavam desorganizadas. Na prateleira, caminhando da esquerda para a direita os números tinham a sequência 9, 8, 7, 6, etc… Não foi possível deixar dessa forma, fui até a gerência e pedi para arrumar na ordem 0, 1, 2, 3, 4, etc… quando se caminhava da esquerda para a direita. A resposta do gerente foi de que “Iria mandar ver!”. Disse a ele que não podia esperar, fui lá eu mesmo e arrumei as velinhas. Toda vez que volto à padaria confiro a ordem. Como podem trabalhar com os números desorganizados? COMO?

Estava dentro do ônibus e passei em frente a uma construção com colunas. Muitas delas. Tenho o costume de contar colunas e janelas quando surgem em sequência. Devido à alta velocidade desempenhada pelo busão perdi a conta das colunas. Desci no próximo ponto, caminhei de volta até o lugar e contei as colunas. Eram doze. Voltei ao ponto e esperei pelo próximo ônibus. Algum problema?

Deletei todas as músicas que não gosto dos álbuns de meu computador. Comecei por Smoke on the water do Deep Purple. Na sequência foi Santeria do Sublime e etc…

Do mesmo jeito que as coisas quebram sozinhas, elas se consertam sozinhas. Juro, já vi acontecer!

Eu odeio isopor, não posso segurar nada de isopor, derrubo no chão. Isopor não acaba nunca. Esfarela.

CG é o fusca das motos.

Flocos é o dálmata dos sorvetes.

Star Wars é Star Wars mesmo.

Uma poesia boboca:

Título – Car Marx

Capital, é onde moro.

Não li o livro.

Se tem trânsito,

demoro.

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*Rafael Moralez é músico, ilustrador e autor da série Peixe Peludo. Conheça seu blog de ilustrações clicando AQUI.

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